Às Vésperas da Greve Geral #14J

José Carlos Miranda

José Carlos Miranda foi ferroviário e metalúrgico. Ativista dos movimentos sociais desde os anos 1981, é da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL, membro do Conselho Curador da Fundação Lauro Campos (PSOL) e da Direção do PSOL-SP

“…Fé no que virá, nós podemos muito, nós podemos mais.

Vamos lá fazer o que será.”

Hoje, 13 de junho de 2019, estive em duas pontas da Grande São Paulo, a saber, em Caieiras e Ferraz de Vasconcelos, respectivamente, regiões Noroeste e Leste. Participei dos grandes atos 15M e 30M, fiz várias panfletagens em fábricas e em estações da CPTM, colagem de cartazes e hoje desde as 6h, panfletamos e dialogamos através de carro de som com milhares de trabalhadores durante na estação de Ferraz de Vasconcelos.

Acompanhamos o desenvolvimento em várias categorias e regiões e com raras exceções todos informes são otimistas em relação ao potencial da Greve Geral de amanhã. Também vimos a revelação bombástica das conversas do Ministro Moro e o do Procurador da Operação Lava Jato e o aumento de desgaste do governo Bolsonaro, mesmo que ainda com grande popularidade. Amanhã pode ser um importante passo para retomada de iniciativa da classe trabalhadora na conjuntura.

A receptividade neste período de melhorou muito, muita gente passava direto e, quando falávamos “É Greve Geral”, muita gente voltava para pegar o panfleto e muitos também pedindo o panfleto. Mas ainda muita gente passando direto e dizendo “se não tiver condução, eu não vou trabalhar, mas se tiver…”.

Também recebemos muitos informes de constituição de Comitês de base praticamente em todos lugares, ou seja, os sindicatos, movimentos sociais, militantes e ativistas em ampla unidade de ação entraram no jogo, o que já é uma primeira grande vitória.

Podemos dizer que a mobilização é parecida, ou até maior que a da Greve Geral de abril de 2017. Seguramente, os grandes atos de maio foram um fator fundamental como “esquenta” da Greve Geral, somado à crise aberta pelas revelações do site Intercept, as derrotas no Congresso em questões importantes do governo Bolsonaro são ingredientes que compõem a abertura desta conjuntura favorável. Mas, existe, ainda, uma base na classe trabalhadora que acredita, ou torce para que o governo de certo e inclusive foi ganha para apoiar a Reforma da Previdência.

Mas atenção, o jogo está rolando e nada está decidido, mas a classe retomou a iniciativa, a militância está entusiasmada e otimista.

Amanhã será um grande dia, muito otimismo, muita garra e pé no chão. A repressão pode ser grande, eles já ameaçaram com liminares da justiça os sindicatos, Bolsonaro acabou de fazer um pronunciamento, portanto a militância deve estar sempre nas atividades de forma coletiva e combater para que os atos centrais sejam massivos e nossa classe possa mostrar toda indignação com a crise econômica, com as terríveis medidas que atacam mais ainda as já difíceis condições de vida do povo brasileiro. Derrotando a Reforma da Previdência e abrindo caminho para derrotar o Governo Bolsonaro.

Vamos lá fazer o que será!

#14J Vai ser Gigante!