Operários da construção civil de Fortaleza (CE) se preparam para a greve geral

Leia a entrevista com Nestor Bezerra e Corredor, do Sindicato dos Operários da Construção Civil


Publicado em: 6 de junho de 2019

Movimento

Fábio José de Queiroz, de Fortaleza, CE

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Está em curso o processo de organização da greve geral de 14 de junho. A construção civil de Fortaleza deve viver um processo poderoso de mobilização. As consultas por canteiro de obra revelam uma disposição de luta muito grande por parte da categoria. O mais provável é que se tenha uma adesão de 100% ao dia nacional de greve.

Embora o plantel tenha diminuído significativamente nos últimos quatro anos, os operários demonstram que estão dispostos a fazer frente à ofensiva do governo Bolsonaro e dos patrões, que querem destruir a Previdência pública no Brasil.

Para falar da preparação da greve geral na construção civil, Esquerda Online conversou com Corredor e Nestor Bezerra, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza.

Corredor e Nestor Bezerra, diretores do sindicato

EOL – Como está o debate da greve geral na categoria?

Nestor: A organização da greve geral se faz junto com a da campanha salarial. Aqui, a patronal que impor o banco de horas. Nacionalmente, os empresários e Jair Bolsonaro pretendem destruir a previdência social. Os trabalhadores não aceitam a imposição do banco de horas nem querem ouvir falar da destruição da aposentadoria. Até por conta disso, a adesão à greve geral deve ser completa.

Corredor:
Estamos visitando os canteiros de obra, um a um, e a indignação dos trabalhadores é grande. Aproveitamos e fazemos consultas a respeito da greve geral de 14 de junho. É unânime a vontade do trabalhador de parar o canteiro e aderir ao movimento nacional. E é isso que acho que vai acontecer. A classe operária vai responder à declaração de guerra do governo. Bolsonaro não perde por esperar. Vamos derrotá-lo nas ruas.

EOL – Quais são as dificuldades que vocês estão encontrando e como vencê-las?

Nestor: a categoria sofreu uma redução drástica. Na capital, havia mais de 70 mil trabalhadores na base, há poucos anos, e, hoje, talvez não tenhamos 12 mil. O desemprego é doloroso. Faz muito tempo que não se observa algo parecido. Isso dificulta o processo de luta e mobilização. Como a categoria tem uma tradição de luta e fazemos um trabalho diário nos canteiros de obra, além de que as medidas antioperárias e antipopulares são duríssimas, de certa maneira, temos como contornar essa situação e estimular uma forte greve geral no setor da construção civil de Fortaleza.

Corredor: Além do que o Nestor disse, vale a pena destacar como o movimento sindical foi atacado no último período, notadamente depois da reforma trabalhista. Bolsonaro já sinalizou que almeja seguir esse ataque. Os sindicatos estão com poucos recursos para organizar o seu dia-a-dia. Isso é um fato. Mas não desistimos de organizar e mobilizar a categoria. Todo santo dia nós estamos nos canteiros de obra. Sem falar que a luta da educação incentiva à classe a lutar e resistir. Por isso acredito que a adesão à greve geral será fortíssima, total.


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