Com sangue nas duas mãos (poesia)


Publicado em: 4 de junho de 2019

Cultura

Por Travesti Socialista, colunista do Esquerda Online

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[Aviso de gatilho: violência, assassinato, suicídio]

“Nossa! O que foi que eu fiz?”

assim pensou o sujeito

com sangue nas duas mãos,

nos braços, pernas, no peito.

“Não posso lidar com isso,

pois verão a hipocrisia,

pois agora eu sou bandido,

assassino moralista.

“Ah, bandido bom, só morto.

Eu estou cheio de sangue,

porém, peço a todo mundo

que, por favor, não se zangue!

“O mundo há de me julgar,

o assassino na prisão

que matou a própria amante,

bandido sem coração.

“Aguentar isso não posso,

as consequências amargas

do crime que ei de pagar,

da consciência pesada!

“Entretanto, há um atalho:

a corda não julgará

o hipócrita otário

pendurado, a balançar.

“E essa pobre criança

que deixo a deus-dará,

não importa, eu prometo

minha esposa há de cuidar!

“Mais uma promessa ainda

em meu túmulo farei:

Não morrerei um bandido,

transformar-me-ei num rei!”

Eis aí o macho-alfa

com sangue nas duas mãos

nos braços, pernas, no peito,

covarde sem coração!


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