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MOVIMENTO

Em defesa da Universidade Federal de Sergipe

Kelly Santos, de Itabaiana, SE
Adufes

No dia 1 de maio, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni fez declarações falaciosas a respeito da Universidade Federal De Sergipe (UFS). Segundo ele, a UFS não possui nenhum curso de pós-graduação avaliado com conceito 5 pela CAPES, além disso, comparou o orçamento da UFS com o da Universidade Tiradentes (instituição privada).

“A Universidade Tiradentes, 28 mil alunos, 250 doutores, quatro cursos de mestrado com nota cinco, quatro cursos com nota cinco de doutorado, R$ 310 milhões de orçamento anual”, disse. Declarou, ainda: Universidade Federal de Sergipe, 30 mil alunos, 1.500 doutores em tempo integral, nenhum curso de mestrado e doutorado com nota cinco, sabe qual é o custo? 980 milhões”.

A Universidade Federal de Sergipe possui 54 cursos de pós-graduação, sendo 4 deles avaliados com nota 5 pela CAPES. Segundo a ANPG, das 50 instituições que mais publicaram trabalhos científicos nos últimos cinco anos, a UFS é a única instituição do estado a entrar no ranking. Além de que 84% dos pesquisadores de Sergipe de produtividade do CNPq estão na UFS. A realidade da Universidade Tiradentes e da UFS é completamente diferente, cada uma possui seu papel na construção da educação sergipana.

A produção de pensamento crítico incomoda o governo, os grupos oprimidos ocupando espaços historicamente elitizados não agradam a burguesia. Boa parte dos estudantes da UFS são de baixa renda, cada vez mais negrxs ocupam os cursos historicamente elitizados.

Já dizia Darcy Ribeiro, “a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”. As declarações do ministro, além de mentirosas, são uma tentativa de desvalorizar a universidade pública, promovendo o seu sucateamento.

A UFS se constitui como um patrimônio imaterial de Sergipe, sendo a única universidade pública do estado, que vem contribuindo para a formação do pensamento crítico sergipano e brasileiro ao longo dos seus 50 anos. Foi resistência no passado, especificamente, na Ditadura Militar, na qual o reitor manteve a autonomia da universidade e não permitiu a perseguição dos estudantes no ambiente acadêmico. É resistência no presente e será no futuro contra todos os cortes e repressões promovidos pelo governo Bolsonaro.

A UFS é nossa! A UFS resiste!