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EDITORIAL

Dia 15 a Educação vai parar, rumo à greve geral em 14 de junho

Trabalhadores e estudantes em defesa da educação e da previdência pública

Editorial 10 de maio
PSOL Carioca

A última semana começou trazendo esperança. Estudantes protagonizaram manifestações e assembleias em todo o país em defesa das Universidades e dos Institutos Federais vitimados pelo corte de verbas de 30%, anunciado na última semana pelo ministro da educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub. Os bloqueios no MEC atingiram R$ 7,3 bilhões em todos os níveis, da educação infantil à pós-graduação. O corte atingiu também a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que suspendeu as bolsas de mestrado e doutorado.

São incontáveis manifestações e assembleias históricas nas universidades, de milhares de estudantes, como há tempos não se via, repudiando o corte de verbas e organizando a luta em defesa da educação. Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a campanha #TiraAMãoDoMeuIF está mobilizando estudantes de mais de 100 Institutos Federais, em ao menos 21 dos 26 estados brasileiros, vestindo roupas pretas, empunhando cartazes e cantando palavras de ordem. Nas universidades e institutos federais, professores e servidores estão aprovando nas assembleias a participação na Greve Geral da Educação, no dia 15 de maio.

15 de maio: Greve Nacional da Educação

As assembleias e protestos nas universidades e institutos federais ocorre a poucos dias da Greve Nacional da Educação, em 15 de maio. A data foi inicialmente definida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), incorporada ao calendário de lutas aprovado no III Encontro Nacional de Educação (ENE). Também a CONTEE, confederação dos trabalhadores em educação da rede privada, aderiu ao chamado, assim como ANDES, FASUBRA, SINASEFE e as entidades estudantis UNE, UBES e ANPG. O Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas também está construindo e convocando a paralisação nacional.

Será, portanto, um dia de paralisação dos trabalhadores em educação desde a rede básica até a educação superior. As centrais sindicais também incorporaram o dia 15 de maio ao seu calendário, como um esquenta para a greve geral, que deve ocorrer no dia 14 de junho. A data da greve geral foi anunciada pelas centrais nos atos de 1º de maio que, em diversos estados pelo país, foram atos unitários, construídos por todas as centrais, juntamente com movimentos sociais e populares.

Os petroleiros também participarão da paralisação no dia 15 de maio, agregando a esta data a bandeira da defesa da Petrobrás, contra a venda das refinarias e contra a atual política dos preços dos combustíveis. Os operários da construção civil em Fortaleza farão paralisações parciais nos canteiros de obras.

Com as grandes manifestações da última semana, certamente podemos dizer que o dia 15 de maio será um grande dia de lutas e paralisações por todo o país, uma verdadeira greve geral da educação. E o sucesso da greve da educação será decisivo na construção da greve geral de 14 de junho.<

Uma ofensiva contra a vida e os direitos dos trabalhadores

Há uma crescente ofensiva contra a juventude e a classe trabalhadora. O desemprego cresce, ultrapassando a marca dos 13 milhões. A violência aumenta, vitimando principalmente a população pobre e negra das periferias. A ofensiva sobre a educação pública vai além do corte de verbas, com duros golpes à autonomia universitária, às liberdades democráticas e à liberdade de expressão. Importantes empresas públicas estão ameaçadas de privatização, como os Correios e a Petrobrás.

A Reforma da Previdência avança. Após ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta está agora em debate na comissão especial. A intenção do governo é aprová-la ainda no primeiro semestre deste ano.

Bolsonaro e Rodrigo Maia brigam, fazem as pazes, depois voltam a se provocar

A verdade é que ambos estão juntos no objetivo de aprovar esta reforma, que favorece banqueiros e empresários, enquanto acaba com o direito dos trabalhadores se aposentarem.

Enquanto atacam, o governo Bolsonaro e o MEC tentam enfraquecer a resistência, apostando na divisão entre a juventude e os trabalhadores. Weintraub já afirmou que os cortes de verba na educação podem ser suspensos caso a Reforma da Previdência seja aprovada. Querem que a juventude e os trabalhadores escolham entre a educação e a aposentadoria.

Unir estudantes e trabalhadores para parar o país e defender a educação e a previdência

A única forma de derrotar esta ofensiva é unindo a juventude e os trabalhadores e parando este país. A greve geral de 14 de junho tem uma importância estratégica e precisa ser construída com muita dedicação na base de todas as categorias. Construir uma grande greve nacional da educação em 15 de maio será um passo decisivo.

A unidade das centrais sindicais no 1º de maio, as reuniões das centrais sindicais com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, a adesão de diversas entidades, do setor da educação e também de outras categorias à Greve Nacional da Educação em 15 de maio expressam a unidade que precisamos para derrotar a Reforma da Previdência.

A tarefa de cada trabalhador e trabalhadora, de cada estudante, de cada lutadora feminista, de cada ativista do movimento negro e do movimento lgbt, de todos os lutadores e lutadoras dos movimentos sociais e populares é construir nas suas bases a mobilização para o dia 15 de maio e para o dia 14 de junho. Com a força e a disposição de luta da juventude, vamos impulsionar a classe trabalhadora para juntos lutarmos em defesa dos direitos à educação e à aposentadoria.