1º de Maio: Por uma Alternativa Humanista ao Capitalismo

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Traduzido por Rhaysa Ruas

O 1º de Maio é comemorado como o Dia Internacional dos Trabalhadores há mais de 130 anos, em memória dos mártires de Haymarket, que deram suas vidas pela nossa causa nas forcas de Chicago. Devemos lembrar que muitos dos mártires não eram apenas trabalhadores imigrantes, mas também militantes radicais, e que o Estado os criminalizou em razão desses fatores. Enquanto a corda apertava em volta do pescoço de August Spies em 1887, ele gritava: “Haverá um tempo em que o nosso silêncio será mais poderoso do que as vozes que vocês estrangulam hoje”.

Desde então, a classe trabalhadora formou um movimento global de massas, participou de revoluções e resistiu à repressão e à crise econômica. Nós sobrevivemos e continuamos a luta!

Hoje enfrentamos novos perigos e, ao mesmo tempo, novas possibilidades de mudança revolucionária: após décadas de globalização neoliberal que minou severamente a rede de seguridade social, a educação e o poder do trabalho organizado, o capitalismo global tem tomado um novo rumo desde a Grande Recessão. Com a anêmica “recuperação” dos últimos anos, está cada vez mais claro que aquelas décadas de neoliberalismo não conseguiram reverter a queda na taxa de lucro que, como mostrou Karl Marx há 150 anos atrás, é endêmica ao capitalismo. O desespero que este problema tem causado no seio das classes dominantes é crucial para explicar a situação que estamos enfrentando hoje.

Por um lado, a chegada ao poder de Donald Trump nos EUA, Jair Bolsonaro no Brasil e de autocratas semelhantes em todo o mundo, todos apelando para o racismo, o sexismo e a xenofobia, representa uma nova e mais perigosa fase do capitalismo de Estado, com nuances fascistas. Precisamos nos opor especialmente aos planos de guerra e de intervenção de Trump contra o Irã e a Venezuela com a máxima firmeza. (Para a nossa declaração completa sobre a Venezuela, ver “Hands Off Venezuela! For Socialist Democracy!” [6 de abril]). Esses novos governantes lançam ameaças horripilantes de guerra nuclear, tomam medidas violentas contra imigrantes, muçulmanos, mulheres, minorias raciais, intelectuais e trabalhadores, ao mesmo tempo em que alegam representar as pessoas “reais”, especialmente aquelas que estão fora dos centros urbanos “corruptos”.

Por outro lado, assistimos a um florescimento de movimentos radicais, revolucionários e de trabalhadores. No Oriente Médio, as esperanças do levante de 2011 foram recuperadas pelas revoltas na Argélia e no Sudão, enquanto os curdos continuam lutando na Síria, e o movimento palestino tem se renovado diante dos massacres israelenses. Na França, o presidente neoliberal Emmanuel Macron exacerba as desigualdades sociais e econômicas existentes, enquanto o Movimento dos Coletes Amarelos emerge em oposição.

Nos EUA, as greves de professores explodiram, alcançando uma vitória decisiva na Virginia Ocidental e inspirando outros estados, com mulheres na liderança em todos os lugares. No Irã, os governantes islâmicos enfrentaram o slogan “Abaixo o ditador” em manifestações em massa de trabalhadores nas áreas rurais. Em Chicago e em outros lugares, o movimento contra os assassinatos cometidos pela polícia continua a se insurgir contra um sistema totalmente racista. As marchas das mulheres e o #MeToo, movimentos de apoio a trabalhadores imigrantes e cidades-dormitório, bem como movimentos de juventude contra a violência armada e a destruição ambiental, mostraram o caráter de massa dos atuais movimentos de resistência ao trumpismo.

A Organização Internacional Marxista-Humanista pede a extinção completa do sistema capitalista, não apenas do neoliberalismo ou do trumpismo. Lutamos contra o capital e o sistema de classes, mas também contra opressões baseadas na raça, no gênero e na identidade sexual. Nosso objetivo é desenvolver e projetar uma visão viável de uma alternativa ao capitalismo – uma nova sociedade, humana – que possa dar direção às atuais lutas pela liberdade.

 

[ Versão original, em inglês, disponível aqui ]