Bolsonaro e MEC censuram universidades, atacam democracia e ferem autonomia universitária
Publicado em: 1 de maio de 2019
Como membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), me posiciono veementemente contra o anunciado corte de 30% das verbas de custeio imposto pelo ministro da Educação Abraham Weintraub na UFBA, UnB e UFF. Nesse momento, é preciso cercar de apoio e solidariedade às Universidades atingidas.
Como baiano, me dirijo em especial a Universidade Federal da Bahia, onde fiz a graduação e mestrado em História e sei o que ela representa para a Bahia e o Brasil. O Reitor da UFBA, o professor João Carlos Salles, de forma altiva se posicionou anunciando que a Universidade cobrará explicações do MEC e buscará a reversão dessa medida nefasta.
O contingenciamento de verbas, que em linguagem popular significa corte, degola, retirada de recursos, no valor de R$ 230 milhões, é mais um atentado contra a democracia e a autonomia universitária. O ministro ainda acusou UnB, UFBA e UFF de queda no desempenho. No entanto, elas se mantêm em destaque em avaliações internacionais. O ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE), um dos principais em avaliação do ensino superior, mostra que a nossa UFBA avançou em positividade sua avaliação.
Dados mostram que na classificação das melhores da América Latina, a UnB passou da 19ª posição, em 2017, para 16ª no ano seguinte. A UFBA passou da 71ª para a 30ª posição. A UFF manteve o mesmo lugar, em 45º. As três se destacam pela boa avaliação em ensino e pesquisa. A UnB e UFBA aparecem entre as 400 melhores instituições do mundo em cursos da área da saúde.
O que Bolsonaro e seu ministro classificam como ‘balbúrdia’, nós entendemos como Universidades vivas e democráticas. O que eles chamam de ‘eventos ridículos’, nós chamamos de discussões políticas de estudantes, professores e funcionários. A UFBA recentemente sediou o CONEB e a Bienal da UNE; a UFF, sediou o encontro nacional dos estudantes negros promovido pela mesma entidade; e a UnB, foi a primeira universidade a propor as aulas sobre o golpe institucional de 2016. Não querem uma educação libertadora. Querem destruir a democracia.
Tragicamente, não foi surpresa este ataque. A Educação livre atormenta o presidente Bolsonaro. Ele definiu as educadoras e educadores como um dos principais inimigos do seu governo, propagou noticias falsas sobre as Ciências Humanas, e estimulou abertamente o patrulhamento ao orientar estudantes a filmarem suas professoras e professores em sala de aula. Balbúrdia e eventos ridículos criam o presidente Bolsonaro e seus filhos que não deram uma explicação digna e aceitável sobre o laranjal de Queiroz e os vínculos com as criminosas milícias do Rio de Janeiro.
O PSOL e o nosso mandato se colocam lado a lado com as Universidades na batalha para que os cortes sejam revertidos. É na luta que a gente se encontra
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