Um ano de Resistência-PSOL

Paulo Pasin

Paulo Pasin é metroviário aposentado do Metrô de São Paulo (SP) e ex-presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários).

Tempos sombrios. De muita dedicação, resistência e resiliência. Mas também de debates políticos profundos impostos por uma realidade complexa. No Brasil, o golpe midiático, jurídico e parlamentar assume nova perspectiva com a posse de um neofascista miliciano, eleito numa “eleição sem eleição”, após a arbitrária prisão do ex-presidente Lula. O plano econômico que unifica os golpistas está aniquilando todos os já limitados direitos sociais, trabalhistas conquistados com muita dedicação e luta operária e popular. As liberdades democráticas estão ameaçadas. O patrimônio público e a soberania nacional também.

No mundo, avança a extrema-direita em vários países. E na América Latina, o imperialismo americano organiza um golpe na Venezuela para se apoderar das maiores reservas de Petróleo do mundo, com 300,9 bilhões de barris, de acordo com dados da própria CIA.

Estamos ainda na fase de consolidação da Resistência-PSOL, afinal todo processo de unificação requer paciência, militância conjunta e debates permanentes. A rica experiência deste ano fortaleceu minha convicção de que é necessário um trabalho consciente e sistemático das lideranças da esquerda revolucionária, no sentido de unificação de setores que compartilham do mesmo projeto.  É preciso “nadar contra a maré”, acreditar que o debate estratégico e programático pode superar obstáculos em momentos de sofrimentos inevitáveis, onde o distanciamento evidente da possibilidade de uma transformação radical da sociedade no curto prazo cria um ambiente insano, dominado por debates imediatistas, conjunturais, eleitorais, sindicais, setoriais e materiais, que objetivamente contribui para fragmentação das organizações revolucionárias.

O tempo conspira contra nós. Com ousadia e serenidade precisamos avançar na necessária reorganização da esquerda revolucionária.