Em assembleia dia 25 de abril, os operários da construção civil de Fortaleza aprovaram fortalecer a luta contra a Contrarreforma da Previdência e incorporaram o dia 15 de maio e todas as paralisações contra o fim da aposentadoria no calendário de mobilização da categoria. O Sindicato tem realizado visitas aos canteiros de obra diariamente, de duas até três vezes ao dia, debatendo o conteúdo da terrível proposta de reforma do governo Bolsonaro e passando o abaixo-assinado. Já são milhares de assinaturas coletadas.
Os operários vem de uma forte campanha contra a Contrarreforma da Previdência. Dia 22 de março paralisaram suas atividades durante duas horas e se somaram à mobilização nacional e agora estão construindo o 15 de maio e reivindicando das centrais sindicais uma Greve Geral. A construção civil sempre foi uma das categorias mais importantes na economia cearense e no auge do PAC chegou a possuir cerca de 72 mil trabalhadores. Os operários carregam em seus ombros uma grande tradição de luta no estado, greves heroicas contra as construtoras e o Grupo empresarial Jereissati.
Entretanto, desde a crise econômica e a ofensiva política dos setores mais reacionários da burguesia brasileira com o golpe que depôs a ex-presidente Dilma, as construtoras têm realizado demissões em massa. Apesar do cenário difícil, os bravos operários enfrentaram com seu sindicato, a tentativa da patronal de impor o banco de horas na Campanha Salarial do ano passado. Numa greve de sete dias, sem dinheiro, mas com a doação de pão, água e rapadura de sindicatos apoiadores, os operários sustentaram uma greve com passeatas diárias e realização de assembleia. A Campanha Salarial terminou em dissídio mas o banco de horas não foi imposto aos trabalhadores. Agora novamente os patrões voltam a condicionar o fechamento de uma Convenção Coletiva à adoção do banco de horas.
A assembleia do 25 de abril, além da luta contra os ataques do neofascista Bolsonaro e sua terrível Contrarreforma da Previdência, rechaçou a proposta da patronal de banco de horas e aprovou um calendário de paralisações parciais por canteiros de obra, o 15 de maio e tudo isso a serviço de construir desde a base, a participação dos operários em uma greve geral.
União e Luta para derrotar o patrão e o governo Bolsonaro
Nesse contexto, é lamentável o papel que os companheiros da direção majoritária da Central Sindical CSP-Conlutas, ligados ao PSTU, tem cumprido. Os camaradas seguem com uma política vergonhosa que termina fazendo o jogo do patrão da construção civil.
Nas eleições, o que a maioria dos trabalhadores derrotaram e seguem rechaçando é uma política que nega a necessidade imperiosa da unidade dos trabalhadores nesta contraofensiva reacionaria dos patroes, militares e extrema-direita. Após terem rejeitado a proposta de uma chapa unificada, esses companheiros defenderam na categoria, o impeachment da presidente Dilma e até hoje seguem dizendo que não houve golpe; apoiaram a prisão do Lula e vivem de criticar o Sindicato por incluir a bandeira da defesa das liberdades democráticas e o #LulaLivre. Sem esquecer que em MG fizeram chapa sindical com um vereador de direita apoiador de Bolsonaro. Esses companheiros, frente aos duros ataques do Bolsonaro e dos patrões aos sindicatos, hierarquizam sua atuação por fazer oposição ao atual Sindicatos dos Trabalhadores da Construção Civil. A peãozada com a faca no pescoço, luta heroicamente pelo direito ao salário, ao emprego, pela aposentadoria e contra a fome.
Os companheiros da oposição, lançaram uma nota reclamando não haver democracia operária e denunciando o Sindicato. É lamentável que num contexto reacionário como o que vivemos haja uma organização que por adotar uma política equivocada, termine degeneranso para mentiras e até acusações morais. Já disseram que o Sindicato entregou direitos aos patrões, que por baixo dos panos tá aceitando o banco de horas, que o coordenador geral do sindicato se vendeu aos patrões, etc, basta! Tá feio! Não é verdade que os companheiros estão sendo impedidos de falar.
A atual diretoria é composta por companheiros que são da Resistência/psol e do PCB e atuam no Bloco Somos Todos CSP e na Unidade Classista respectivamente, e estamos construindo uma frente única com várias centrais sindicais e sindicatos na cidade de Fortaleza para o 1 de maio, para construirmos o Dia nacional de Luta no 15 de maio e rumo a uma greve geral.
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