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OPRESSÕES

Mulheres do Pará divulgam nota contra declarações machistas e homofóbicas de Bolsonaro

Declaração no dia 25 de abril materializa o caráter misógino, machista, homofóbico, sexista e racista do atual presidente

Nota pública
Marcos Corrêa/PR

Jair Bolsonaro, em solenidade oficial.

As entidades coletivas e as organizações políticas, que apoiam e assinam este manifesto, repudiam veementemente as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que se refere às mulheres brasileiras como mercadorias sexuais. Opinião explícita na seguinte fala, proferida na manhã do dia 25 de abril, com jornalistas no Palácio do Planalto: “O Brasil não é paraíso gay, mas quem quiser fazer sexo com mulher, fique à vontade.”

Declaração desrespeitosa e que materializa o caráter misógino, machista, homofóbico, sexista e racista do atual presidente. Um governo que não apresenta nenhuma proposta e interesse em combater as violências e os assassinatos, diuturnamente, vividos por mulheres, mulheres negras, indígenas, pobres, trabalhadoras, lésbicas, trans e toda comunidade LGBTI+, ao contrário, o governo de Bolsonaro é explicitamente contra a causa das camadas oprimidas e a favor da retirada de direitos historicamente conquistados.

O Brasil é o 5ª país, no mundo, que mais mata mulheres (OMS, 2017), além de ser considerado o país mais homofóbico da América Latina, informações que não devem ser ignorados.Vidas que não podem ser menosprezadas têm o direito de serem respeitadas na sua pluralidade.

Nós, mulheres brasileiro-latinas, não podemos ter nossos corpos comercializados e expostos e por isso o presidente deveria entender que suas palavras inadequadas fortalecem o imaginário construído sobre a mulher latina como um se fosse “um pedaço de carne exposto à venda, estimulando perversamente o turismo sexual que sequestra a infância, sobretudo de muitas meninas que residem nos bolsões de pobreza no Brasil, como a Amazônia paraense.

Nós, mulheres brasileiro-latinas, não podemos ter nossos corpos comercializados e expostos e por isso o presidente deveria entender que suas palavras inadequadas fortalecem o imaginário construído sobre a mulher latina como um se fosse “um pedaço de carne exposto à venda, estimulando perversamente o turismo sexual que sequestra a infância, sobretudo de muitas meninas que residem nos bolsões de pobreza no Brasil, como a Amazônia paraense.

São cada vez mais graves os crimes incitados pela homofobia, bifobia e transfobia onde, de acordo com a Comissão interamericana de Direitos humanos (2015), a cada 16 horas, uma pessoa é assassinada no Brasil por conta de sua orientação sexual.

Não podemos banalizar um discurso asqueroso que legitima as únicas políticas públicas que interessam a esse governo perverso: a violação aos direitos humanos, a negação dos direitos das mulheres e da comunidade LGBTI+. E declaramos que não toleraremos as declarações que desrespeitam as mulheres e toda a luta das minorias. Dissemos #ELENão nas eleições de 2018 e hoje dissemos NÂO ao governo fascista de Bolsonaro.

Levamos muito tempo para que os episódios de homicídios, que vitimaram as mulheres e os coletivos LGBT+, fossem reconhecidos como crimes intimamente relacionados ao gênero e à sexualidade. Nossos corpos não podem mais ser violentados por uma arquitetura política fundamentalista, heteronormativa e branca que prega o altericídio e a fragmentação das nossas humanidades.

Não cansaremos de gritar e de denunciar qualquer manifestação de âmbito social ou político que legitime a invasão dos nossos corpos, das nossas identidades e das nossas dignidades. Sobretudo quando tais manifestações aparecem disfarçadas por preceitos neopentecostais, verdadeiros fanatismos religiosos, que dizem defender a família e os bons costumes; quando na realidade tratam a própria a vida a “socos e pontapés” ao defenderem a tortura e a eliminação de pessoas que são impedidas de viverem as suas humanidades.

Resistiremos hoje e sempre!!!! Ninguém solta a mão de Ninguém! Nossa resistência é compromissada com o direito à vida, com o bem viver, com a liberdade caracterizada pela responsabilidade com o outro e com a natureza. Nossa resistência pensa a humanidade e o planeta.

 

ASSINAM

Resistência/Belém/PSOL
Afronte-Pará
Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes – GEPEM