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BRASIL

Se Crivella cair, os cariocas têm que decidir!

Marco Dantas, do Rio de Janeiro, RJ
Reprodução / Facebook Tarcísio Motta (PSOL)

Placar de votação

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), sofreu um duro revés nesta terça, 02. A Câmara de Vereadores aprovou a abertura de um processo de impeachment com 35 a favor e 14 contra. Crivella terá 10 dias para se defender, e uma comissão formada por três vereadores – William Coelho (MDB), Luiz Carlos Ramos Filho (PODE) e Paulo Messina (PROS) – terá 90 dias para apresentar um relatório em Plenário. Até a votação final, o prefeito continua no cargo.

Crivella, que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e sobrinho de Edir Macedo, desde que foi eleito, sempre foi acusado de aparelhamento e de beneficiar membros da direção da IURD na estrutura da prefeitura. Foi assim quando houve uma reunião com membros da Igreja na qual o prefeito ofereceu vantagens em serviços como isenção de IPTU para Igrejas e facilidade no agendamento de cirurgias de catarata para os evangélicos. Esse episódio de favorecimento explícito ficou conhecido como o caso Márcia, em que Crivella, em áudios vazados, diz para os fiéis falarem com a sua assessora Márcia, que ela “resolveria” a marcação das cirurgias.

A prefeitura do Rio é usada como sucursal da Igreja Universal. A população sofre e fica à margem de serviços básicos como a saúde. O péssimo atendimento nos hospitais municipais dirigidos pelas OS’s é pura calamidade. Sem pagamento de funcionários e falta de suprimentos e insumos básicos, as unidades de pronto atendimento fecham, causando transtornos a quem precisa: a população mais pobre usuária do SUS. E pensar que Crivella, demagogicamente, criou um slogan em sua campanha eleitoral dizendo que, se fosse eleito, “cuidaria das pessoas”.

Eleito com o voto de parte da população carioca, Crivella insiste em misturar religião com política e afirmou diversas vezes que “Deus o colocou na prefeitura”.

Em seu terceiro ano de mandato, aparece como o prefeito mais rejeitado em 25 anos: 58% dos entrevistados reprovam a gestão, segundo pesquisa DataFolha de 2018.

Crivella tentou atrapalhar até o Carnaval onde virou persona non grata dos foliões quando bateu de frente e tentou melar desfiles de vários blocos da cidade.

Uma grande omissão da prefeitura, que sofreu duras críticas em relatório do Tribunal de Contas do Município, foi diante dos donos das empresas de ônibus que seguem lucrando e descumprindo contratos como sempre, sem serem importunados. A prefeitura não oferece nenhum tipo de punição aos empresários pelo calote na cobrança das multas e na falta de melhorias no serviço de transportes da cidade.

Ano passado, diante de tanta crise, foram feitos dois pedidos de impeachment do bispo, mas os vereadores rejeitaram. Esse ano, é preciso que haja uma grande mobilização popular de servidores e população em geral que faça pressão para que os vereadores aprovem esse impeachment, do contrário, pode ser que os conchavos e o toma lá dá cá dos vereadores representantes da velha política prevaleça e o chefe da Márcia escape ileso. Não podemos deixar!

Em recente entrevista, o prefeito fez sua maior e melhor autocrítica: “O Rio é uma esculhambação completa”.

Se Crivella cair, os cariocas tem que decidir!

 

Confira o vídeo do vereador Tarcísio Motta (PSOL) sobre a aprovação

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