O Instituto de Estatísticas, empresa estatal argentina, divulgou no dia 28/03 o índice de pobreza do segundo semestre de 2018 daquele País, que alcançou a marca de 32% da população, isto é, 8,9 milhões de pessoas estão abaixo da linha da pobreza e 1,8 milhão de argentinos (6,7%) estão abaixo do nível de indigência. Esses níveis alarmantes são os maiores desde 2001, ano de uma das piores crises da história argentina, que culminou inclusive em inúmeros protestos e cinco presidentes ocupando a Casa Rosada em apenas uma semana.
Em 2016, quando Maurício Macri assumiu a Presidência argentina, não faltaram defensores e exaltações a sua política na grande mídia e em setores burgueses, inclusive brasileiros. A cobertura nos noticiários era bastante freqüente e se bradava que após anos de governos “populistas”, a Argentina possivelmente conseguiria, com um choque de liberalismo, “desatar os nós” de sua economia.
Para além da clara torcida e a vulgarização de termos como populismo, é espantoso que os mesmos defensores da época já não estejam tão empenhados em mostrar a realidade econômica e social de nossos hermanos. Talvez se esqueçam de que toda a espetaculosa e não tão efetiva campanha contra a fome na Venezuela, também poderia se direcionar para o povo argentino, que sofre com as conseqüências de uma política econômica desastrosa, com inflação galopante e sem perspectivas de sair da crise.
Além dessa situação econômica grave, o governo de Macri vem recebendo críticas também por suas perseguições e repressão a militantes de movimentos sociais e partidos políticos de oposição, o que é igualmente grave e deve ser denunciado. Para um presidente que em sua campanha prometia uma “revolução de alegria”, Mauricio Macri precisa se explicar ao povo argentino, que só vai vislumbrar alguma esperança e alegria, somente ao lembrar que seu mandato se encerra neste ano.
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