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MUNDO

No Chile, Bolsonaro encontrará protestos nas ruas e no Parlamento

Protesto está marcado para a sexta, 22, em frente à sede do governo

Raúl Marcelo Devia Ilabaca*, de Chile

Com Marielle em suas camisas, deputadas apresentam projeto que declara Bolsonaro persona non grata

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chega nesta quinta, 21, ao Chile, para participar da cúpula de governantes sulamericanos que lançará o fórum de integração conhecido como Prosul. Convidado do presidente chileno, a visita de Bolsonaro não é bem recebida por todos os setores políticos do país. Os recém eleitos presidentes do Senado e da Câmara de Deputados, Jaime Quintana, do Partido pela Democracia, e Iván Flores, do Democracia Cristã, anunciaram que não irão participar de um almoço convocado por Piñera em homenagem ao presidente brasileiro.

Além disso, um grupo de deputadas, liderado pelas parlamentares Camila Rojas e Clauda Mix, do recém criado partido Comunes (Comuns), da Frente Ampla, apresentaram um Projeto de Resolução na Câmara, que declara Bolsonaro “pessoa non grata” e pede que o presidente Piñera cancele o ato oficial programado para o sábado na Casa de La Moneda, em homenagem ao brasileiro.

As razões para isso são: a defesa da democracia, dos direitos das mulheres, da comunidade LGBTI, dos povos originários. E que não se deve festejar um presidente de ultradireita, que defende abertamente violações aos direitos humanos, como as ditaduras ocorridas em seu país, como a chilena de Pinochet, e que faz discursos com discriminação de classe, gênero, e sexualidade e mensagens de ódio por razões políticas, de raça ou religião.

Cartaz em Santiago convoca o ato contra Bolsonaro

O ambiente no Chile não estará tranquilo durante a visita de Bolsonaro, convidado de Piñera. O país terá manifestações desde a sua chegada, convocadas por organizações dos setores oprimidos, movimentos políticos e de trabalhadores e trabalhadoras, principal de mulheres. O principal protesto está convocado para o dia 22 de março a partir das 18h, no Paseo Bulnes, em frente à sede do governo do Chile. No mesmo dia em que ocorrerão atos no Brasil contra a reforma da Previdência, proposta de Bolsonaro, inspirada no modelo chileno de capitalização.

 

Marcado como:
chile / Prosul