Os petroleiros do prédio administrativo de São Paulo (EDISP) realizaram paralisação de duas horas nesta manhã desta sexta-feira (01). O protesto foi aprovado pelos trabalhadores em assembleia na última quarta-feira (27), e denunciou as ameaças feitas pelo Gerente Executivo Cláudio Costa, que revelou o objetivo da direção da companhia de fechar as operações no prédio até o meio do ano, além da redução drástica das atividades no estado de São Paulo e possíveis demissões de petroleiros concursados e terceirizados no próximo período.
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As ameaças ocorrem na mesma semana em que Roberto Castello Branco, presidente indicado pelo governo Bolsonaro, declarou a intenção de anunciar em três meses um novo modelo de venda de refinarias, ainda pior e mais abrangente do que o plano anunciado por Pedro Parente, no ano passado.
A política econômica de Paulo Guedes, homem forte de Bolsonaro na economia que quer privatizar a Petrobrás e outras estatais, significa o desmonte da indústria do país e a desnacionalização do pouco que restar. Não é por outro motivo que a Ford sentiu- se confortável para anunciar o fechamento de sua fábrica em São Bernardo do Campo, ao mesmo tempo em que a GM impôs drástica redução de direitos aos metalúrgicos de São José dos Campos, e a Embraer está sendo engolida pela Boeing com a anuência do governo federal.
O descaso com o futuro do país também se expressa através da Reforma da Previdência pretendida por Bolsonaro, que condena milhões de trabalhadores à miséria absoluta ao final de sua vida, negando o já restrito acesso à Previdência social.
Por isso foi tão importante a paralisação dos petroleiros nesta manhã, pois junto à luta dos petroleiros do Litoral Paulista que ocorre no Terminal de Alemoa e a luta dos petroleiros do Rio de Janeiro contra a perseguição de dirigentes sindicais, expressa o primeiro momento de uma forte resistência que será necessária ao longo deste ano contra as privatizações e a retirada de direitos no acordo coletivo no segundo semestre.
Somente através da construção de uma pauta unitária e de um calendário nacional que organize as 18 bases da categoria no país será possível derrotar essa ofensiva privatista e engrossar o caldo da resistência contra a Reforma da Previdência.
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