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O sonho latino-americano de Donald Trump

Por: Gabriel Santos, de Maceió, AL

“Os Estados Unidos parecem destinados pela Providência a infestar a América Latina com miséria em nome da liberdade.”
Simón Bolívar

A crise da globalização, saídas pela esquerda e pela direita

A eleição e o governo de Donald Trump nos Estados Unidos tem sido uma expressão política da chamada crise da globalização neoliberal, iniciada em 2008, e que gerou, como apresenta Ruy Braga, uma globalização da crise.

A queda da taxa de crescimento do PIB mundial, o encolhimento do fluxo internacional de capital, a perda de velocidade da expansão do comércio internacional, são exemplos do esgotamento do modelo neoliberal iniciado na década de 80 com Reagan e Tatcher. Na política essa crise se torna evidente com a vertiginosa queda de partidos tradicionais em todo globo. O modelo “bi-partidário” existente na maioria dos países que ocupam a centralidade da economia mundial entra em crise. Estes partidos, sejam de direita, centro direita, ou centro-esquerda, que durante décadas se revezavam no poder aplicando a política neoliberal enfrentam uma crise de representação, dando espaço para abertura para novos sujeitos políticos que não ocupavam a vida política cotidiana, e, seriam supostamente anti establishment.

Outro dos efeitos da crise é um rearranjo no xadrez da geopolítica mundial. O dinamismo produtivo do capitalismo se volta para a China. O gigante asiático desponta para se tornar a maior potência do século XXI, observa o Império americano em exaustão perder força, enquanto vê os olhos do mundo todo virarem em sua direção.

A crise de 2008 escancara os limites do atual sistema. Governos no mundo todo salvam bancos, destinando milhões de dólares aos banqueiros, e deixam centenas pessoas morrerem de fome, sem casa, e em estado de vulnerabilidade social. A recessão e a lenta retomada, mostram a fissura existente entre as elites e o povo trabalhador, evidenciando as desigualdades e injustiças de um modelo onde o lucro é mais importante que a vida.

Dessa forma vimos de 2010 para cá diversos fenômenos de massa de luta contra o neoliberalismo e por direitos democráticos, o mais interessante é que esses fenômenos se interligam entre si e mostram um caráter global. Seja com a Primavera Árabe, com o Occupy Wall Street, com os Indignados, Geração À Rasca, Junho de 2013, a revolta dos guarda chuvas, o Ni Una a Menos, o Black Live Matter, entre tantos outros.

Porém, não foi somente de movimentos progressivos que as ruas observaram durante esta década. O mercado financeiro e o capital também movimentaram suas peças. Vimos o crescimento de movimentos reacionários. A extrema direita, e movimentos com características fascistas surgiram. Os protestos reacionários da Ucrânia, o saída da Inglaterra da União Europeia, a derrubada de Dilma no Brasil com manifestações de massa da direita, os governos de Bolsonaro, Trump, Salvini, Orban, Duda (Brasil, Estados Unidos, Hungria e Polônia), o fim do chamado “ciclo progressista “ na América Latina, o surgimento do Vox na Espanha e a força de Le Pen, do Aurora Dourada, do AfD, na França, Grécia e Alemanha, respectivamente. São alguns exemplos da resposta do capital. O objetivo é um só: retirar direitos trabalhistas e sociais, privatizar e por fim ao que resta dos Estados de Bem Estar Social, retomar as taxas de lucro por meio de uma extração absoluta de mais valia. Assim como recuperar na geopolítica os mercados e influência perdida.

Esta década viu novamente os meios de comunicação, pesquisadores e intelectuais de todo mundo, retomarem dois termos que os neoliberais afirmavam que não existiam mais: luta de classes e imperialismo.

O imperialismo de Trump: “America first”

O discurso antiglobalização, protecionista, e populista de Trump não é por acaso. Ele representa um programa que busca restringir a circulação de mercadorias para o investimento na indústria interna apoiado na sobrevalorização cambial. É um programa defensivo do imperialismo norte-americano ao observar que está perdendo força e atua perante os outros países e organismos internacionais como uma criança mimada que não aceita perder, agindo de forma birrenta e cada vez mais agressiva.

O governo Trump ataca o multilateralismo, diversos organismos internacionais que visam melhorar universalmente o meio ambiente e cultura, faz discursos ofensivos e ameaças outros países. Vira as costas para aliados históricos como o Canadá e União Europeia. Trump parece se isolar.

Porém, se o bilionário presidente norte-americano se afasta de cargos de lideranças internacional históricos para o seu país, e diminui sua presença no cenário mundial. Ele volta suas garras para o mercado e regiões mais próximas, buscando aumentar seu papel em nível regional. Mais precisamente, na América Latina.

Trump busca alocar os Estados Unidos novamente como poder hegemônico em toda a América. Ao longo da história, todo império em declínio, buscou no momento que percebe sua queda, impedir a mesma voltando para as regiões fronteiriças, retraindo sua expansão para focar na defesa e controle ainda maior daqueles que estão sob seu comando.

Analogia parecida pode ser feita com os Estados Unidos, que em decorrência de uma crise viu um sujeito aparentemente incontrolável chegar a presidência. Porém, esse sujeito louco, age de acordo com as regras do jogo, pode ter mudado a estratégia para a vitória, mas ainda assim atua de acordo com as regras. Se essa mudança irá impedir a queda do Império norte-americano ou somente intensificar o processo de decadência, ainda é incerto, porém, o desenrolar da situação da Venezuela será fator chave, para derrota ou vitória da arriscada política imperialista de Trump.

No cenário mundial, os Estados Unidos reduz sua presença militar no Afeganistão e Síria, após duas derrotas militares sofrida pelo país. Ele exige também que os países membros da OTAN façam mais engajamento financeiro nas áreas militares, e dessa forma o papel de cão de guarda mundial, que durante décadas o país assumiu parece ser negligenciado por Trump e seu governo de neoconservadores que focam naquilo que o presidente chamou de “troika tirânica” em referência a Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Dessa forma a política externa norte-americana tem conseguido coisas até então inesperadas como uma aproximação da Rússia e da China. Uma criação de um exército europeu para os países membros da União Europeia. Uma aproximação econômica entre Alemanha e Rússia. Entre outros.

Alguns governos e figuras liberais têm demonstrado preocupação com o resultado da política do governo Trump para o campo da geopolítica mundial. A futura posição dos países nesse jogo ainda é incerta. E muitos se perguntam se Trump e sua política isolacionista representa um ponto fora da curva, ou uma tendência ainda em gestação, que os países do centro do mercado capitalista mais cedo ou mais teriam que assumir para manter a reprodução do capital. Assim como se perguntam se o populismo de ultradireita seria o rosto político dessa nova tendência do capitalismo internacional.

Sem entrar nesse tema, que envolveria uma explanação sobre o indicativo de crise econômica mundial para os próximos anos e o papel do Estado Nação no Modo de Produção Imperialista. Devemos focar no que é o central de nosso texto: o lema “America first” que Trump usou nas eleições, agora se transforma em “America Latina, first”. Somado a última parte da política do “Big Stick”. Se para Roosevelt se deveria “falar manso mas sempre carregar um porrete”. Donald Trump esquece a parte do falar manso, e leva consigo um grande porrete para a mesa de negociação, comícios e palestras.

Os governos progressistas, a Venezuela Bolivariana, e a retomada da hegemonia norte americana na América do Sul

Durante a primeira década do século XXI, vimos em diversos países da América Latina, como resultado de um aumento das lutas e levantes dos povos latino-americanos, a chegada de uma esquerda progressista ao poder, que chegou a governar praticamente todo o Cone Sul, e no nosso subcontinente, excetuando alguns países. A temperatura e a resistência nestas terras era diferente daquelas nos países centrais do capitalismo. A esquerda reformista liderou governos de frente popular, preservando a lógica neoliberal, garantindo o lucro das grandes empresas, a exceção de medidas pontuais e limitadas. Foram governos marcados por políticas neodesenvolvimentistas, que conciliavam os interesses do grande Capital com políticas de distribuição de renda e de combate à extrema miséria.

Mesmo assim, não eram governos controlados diretamente pela vontade do Capital e, do ponto de vista geopolítico, geraram dificuldades ao imperialismo norte-americano. Por exemplo, um projeto de integração sul-americano foi intensificado com o MERCOSUL, assim como latino-americano com a ALBA, e caribenho com o PetroCaribe. Projetos bem distintos do da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), tentativa de controle da região, derrotada em 2002 pela resistência dos povos latino-americanos.

Se projetos multilaterais entre os países latinos e caribenhos já era considerado incômodo pelos Estados Unidos, uma aproximação destes com a Rússia e China era ainda pior para o tio sam. A conformação de um novo eixo geopolítico mundial colocava em risco o domínio norte-americano.

A crise de 2008 também atingiu a esquerda latino-americana, as poucas conquistas foram postas a prova, e, por não serem mudanças estruturais, a maioria desapareceu, arrastada com a tsunami da crise. Por estarem no governo estes partidos começaram a sofrer pressão popular para lidar com a crise, a falta de radicalismo e excesso de conciliação da maior parte das experiências progressistas em nosso subcontinente, foi um dos fatores fundamentais para a derrota desta, que viu suas oligarquias nacionais, junto do imperialismo norte-americano, preparar a derrubada de seus governos e impor uma nova ordem político-econômica.

Além do desmonte da esquerda sul americana, é crucial para os yankees o desmonte da indústria petroleira destes países. Os Estados Unidos buscou eliminar seu déficit referente ao petróleo, se transformando em uma indústria petroleira na gestão de Barack Obama. Para isso, era preciso que os países petrolíferos latino-americanos ficassem apenas na exportação de óleo cru. E o país fez o possível para forçar tais países a ocupar este posto. Utilizou um golpe de Estado no Brasil para derrubar Dilma e desmontar a Petrobrás. Em aliança com o governo neoliberal do México desmontou a PEMEX. E busca aquilo que seria a joia de sua coroa, a PDVSA. Para isso, os Estados Unidos, aplica uma política de estrangulamento financeiro na Venezuela, buscando derrubar Maduro e colocar um governo fantoche em seu lugar, que certamente iria privatizar e entregar o petróleo venezuelano para Trump. Vale lembrar que a PDVSA, é de acordo com a Constituição Bolivariana, de total controle do Estado sendo proibido qualquer medida para as privatizações de suas ações.

É na República Bolivariana que se encontram as maiores reservas de petróleo do mundo, assim como a experiência de esquerda mais avançada na América do Sul. Na Venezuela, se encontram 24% de toda produção de petróleo da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). No país existe capacidade para 301 mil bilhões de barris, com capacidade de produção para 362 anos. Sem falar que é na Venezuela que se encontram a maior reserva de ouro do mundo, além de uma vasta quantidade de cobre, ferro, bauxita, gás, água doce, diamantes e urânio.

No campo político a aproximação e a relação entre Venezuela e China e até com a Rússia gera preocupação na Casa Branca. O ex secretário do governo norte-americano, Rex Tillerson, afirmou que era preocupante os “excessivos laços econômicos da região com a China”.

A China empresta, inclusive, mais dinheiro para os países latinos do que o Banco Mundial. São os bancos chineses os maiores credores da Venezuela. Em troca do fornecimento de petróleo, o país asiático já emprestou US$ 65 milhões para Caracas. Isso sem contar com os investimentos em produtos de alta tecnologia, mineração e em áreas sociais.

A Rússia também tem diversos acordos com a Venezuela, se destacando os de cooperação militar e econômica, tendo investido em caracas cerca de US$ 17 bilhões desde que Chávez chegou ao governo. Em troca de espaço para as petrolíferas russas, como a Rosnef, Putin tem perdoado dívidas do governo bolivariano, além de estender o prazo para o pagamento dos empréstimos.

O governo venezuelano já comercializa o petróleo do país em outras moedas que não seja o dólar, como em yuan, rublo, euro e em rúpia indiana, dessa forma a desdolarização do comércio mundial acaba enfraquecendo a hegemonia norte-americana, pois o dólar deixa de ser o valor a absoluto para se basear as transações.

O “big stick” de Trump busca retomar a hegemonia norte-americana na América do Sul. Retomar a hegemonia não significa que os Estados durante o “ciclo progressista” estava fora de nosso subcontinente, ou não tinha influência. Significa sim, que agora, o governo Trump vai buscar controlar de forma absoluta as relações de comércio, derrotando as forças de esquerda progressistas nacionais, afastando a influência de seus adversários, Rússia e China, no mercado global dos países da região, e aumentar sua influência militar e econômica sobre toda América.

Com quantas crises se faz um golpe?

Desde que Chávez tomou medidas para o fortalecimento da OPEP e confrontou as vontades norte-americanas ainda nos anos 2000, ele se tornou inimigo declarado dos Estados Unidos, sejam Republicanos ou Democratas, todos buscaram desestabilizar o governo venezuelano.

Sob o argumento de que a Venezuela não seria uma democracia, e sim uma cruel ditadura, os Estados Unidos busca a quase duas décadas derrubar o regime bolivariano. Para os Estados Unidos, democráticos são aqueles governos que se submetem a sua vontade, que privatizam a preço de bananas suas estatais e se alinham nos mecanismos internacionais a vontade norte-americana. Dessa forma países como Arábia Saudita, Israel e Colômbia, são grandes exemplos de democracia.

A primeira grande tentativa de derrubar o então presidente Chávez, ocorreu em 2002, com uma tentativa de golpe descaradamente apoiada e financiada pelos Estados Unidos. Durante o governo Bush, os Estados Unidos financiou empresários que estava descontentes com medidas de enfrentamento aos monopólios, que Chávez realizou, como a Lei dos Hidrocarbonetos. Assim a oposição abertamente buscou realizar um golpe. Chávez foi sequestrado, seu paradeiro ficou desconhecido por horas. O próprio Chávez não acreditava que iria sair dali com vida. O empresário Pedro Carmona, então presidente da Federação Venezuelana de Câmaras e Comércio, foi designado presidente. Tudo parecia que daria certo para os golpistas e seus financiadores. Mas gigantescas manifestações populares, de forma espontânea, tomaram as ruas das cidades venezuelanas, impediram o golpe de Estado, e Chávez saiu fortalecido do processo.

Dois anos depois, em 2004, o NED (National Endowment for Democracy), um instituto norte-americano, financiou a ONG Súmate, para que ela realizasse na Venezuela um referendo revogatório contra o presidente Hugo Chávez (os mandatos de todos que são eleitos em qualquer processo eleitoral podem ser revogados de acordo com a Constituição do país).

Dessa forma, os eleitores foram às urnas e deviam responder a seguinte pergunta: “Você concorda em deixar sem efeito o mandato popular outorgado mediante eleições democráticas legítimas ao cidadão Hugo Rafael Chávez Frías como Presidente da República Bolivariana da Venezuela para o atual período da presidência?”. Os eleitores deveria escolher entre o “sim” ou o “não”. E o não venceu com 59% dos votos. Chávez se mantinha na Presidência.

Após a morte de Chávez, Nicolás Maduro foi eleito, em 2013. Barack Obama estava em seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, e em 2015 impôs duras sanções à administração de Maduro. Essas sanções, se somaram com a queda do preço do petróleo no mercado mundial e com os erros do chavismo, em não buscar uma modificação da matriz econômica do país, aprofundando a crise venezuelana.

Donald Trump, em seu primeiro ano de mandato, aplicou um bloqueio financeiro que foi descrito por membros do governo venezuelano como a “pior agressão contra o país”. Foi proibido negociações sobre dívidas e títulos emitidos pelo governo ou pela PDVSA.

Recentemente, no início de fevereiro, os Estados Unidos deram mais um passo na tentativa de desgastar e derrubar Nicolás Maduro. A Casa Branca anunciou uma série de sanções contra a PDVSA e sua filial nos Estados Unidos, a Citgo.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jonh Bolton, indicou que o governo norte-americano espera que as novas sanções bloqueiem 7 bilhões de dólares em ações da PDVSA e até o fim do ano o prejuízo com as quedas das exportações ultrapasse os 11 bilhões de dólares. As contas da PDVSA foram bloqueadas no país, e as empresas norte-americanas não poderão mais comprar petróleo diretamente com a estatal.

As sanções norte-americanas buscam gerar crises econômicas no país, fazendo com que assim a população se revolte contra o governo. Além disso, os Estados Unidos aplicam sanções econômicas, financiam a oposição venezuelana, e agora abertamente negociam para a derrubada de Maduro ao apoiar Juan Guaidó.

É sempre bom ressaltar, Guaidó foi membro do grupo El Manos Blancas, financiado pela USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento), que era uma espécie de grupo liberal para jovens de classe média organizarem protestos contra o governo.

O “usurpador”, como se referiu Maduro a Juan Guaidó, tem em seu programa econômico receber US$20 bilhões dos Estados Unidos e União Europeia, em troca da privatização de três mil empresas, de por abaixo a Lei dos Hidrocarbonetos, e fazer com que a Venezuela se submeta a política do FMI e do Banco Mundial.

O imperialismo em decadência norte-americano liderado por Trump, vê na tática de se realocar hegemonicamente na América Latina uma forma de garantir sua sobrevida. A derrubada de Maduro significa uma vitória imensa das forças golpistas, que com certeza irá desestabilizar os governos de Bolívia e impedir ações mais avançadas de Obrador no México. Assim como, derrubar a República Bolivariana é um avanço para as bases militares dos Estados Unidos na amazônia, e um passo adiante para governos reacionários como de Duque, na Colômbia, e Bolsonaro, no Brasil, criminalizarem movimentos sociais e avançar na retirada de direitos democráticos. Os BRICS por sua vez e toda articulação do Sul Global, como a União Africana e o Mercosul ficariam fragilizados. A Rússia e em especial a China que apesar de serem forças em expansão não são países imperialistas, teriam seu espaço de atuação geopolítico limitado, visto que toda América Latina se tornaria o quintal norte-americano.

Caso Maduro se sustente, isso só será possível por uma radicalização do processo revolucionário e do movimento de massas iniciados em 1989, levaria a um crescimento das forças progressistas, um desgaste dos governos neoconservadores na região, e uma nova articulação entre os povos latinos.

As cartas estão na mesa.