O ministro Sérgio Moro e o ministro da Educação, Vélez Rodrigues, assinaram um protocolo para iniciar a Operação Lava Jato na educação. O objetivo central dessa operação é desmoralizar todo o sistema de educação federal do país, politizar e fazer luta ideológica com qualquer suposta irregularidade. Fazer espetáculos com a polícia federal em reitorias, faculdades, departamentos, programas, entre outros.
Um exemplo desse tipo de operação aconteceu na UFSC, em 2 de outubro de 2017. Luiz Carlos Cancellier, o então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cometia suicídio em um shopping de Florianópolis. A morte ocorreu 17 dias após ele ter ficado na prisão por um dia em função da Operação Ouvidos Moucos. Meses depois a polícia federal arquivou o processo por nada ter encontrado de ilícito que poderia incriminar o reitor.
O plano é operar terrorismo policial, esquartejar as universidades e institutos federais destruindo toda sua história diante da opinião pública. Assim, abrirão as condições para implementar seu projeto elitista, excludente, fundamentalista e privatista de ensino superior.
Esta medida é, na verdade, uma tentativa de controlar politicamente as universidades e institutos, que são hoje um importante foco de resistência às políticas do novo governo. É parte de uma ofensiva que inclui o escola sem partido, a nomeação de reitores não eleitos e ainda campanhas de fake news, como vimos contra a reitoria da UFRJ, após o incêndio no Museu Nacional.
Se a comunidade universitária não se levantar unificadamente contra essa ofensiva, denunciando essa operação política às autoridades do legislativo e judiciário, construindo uma contra-propaganda e uma forte mobilização em todo país denunciando esse plano sinistro e policialesco no ensino superior do país, yoda a produção de conhecimento e reputação que a academia construiu até hoje vai ser jogada na lata do lixo e vamos sofrer uma derrota sem precedentes.
Os parlamentares comprometidos com a educação pública precisam denunciar essa patifaria e formar uma frente em defesa da educação pública.
A UNE, ANDESsn, Fasubra, Sinasefe, Andifes, DCEs, CAs, sindicatos de base, ativistas, personalidades da academia, cientistas, precisam colocar de pé uma grande campanha em defesa do ensino superior público, gratuito, laico, democrático e sem perseguição policial autoritária.
Se esse governo fosse sério, estaria preocupado em investigar o caso Brumadinho, os ministros de Bolsonaro, os candidatos laranjas do PSL, as milícias, a morte de Marielle e Anderson, os abusos das forças de segurança, o trabalho escravo, as empresas que exploram o meio ambiente. E não a educação pública, que só tem orgulhado o país. Isso se chama perseguição policial contra a educação.
Levantem-se! A história está nos chamando para luta.
Foto: Valter Campanato | Agência Brasil
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