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Brasil terá atos em solidariedade ao povo venezuelano

Por: José Carlos Miranda, de São Paulo, SP

A grave crise na Venezuela coloca na ordem do dia a mais ampla unidade em defesa da soberania e autodeterminação do povo venezuelano. A luta contra o golpe arquitetado desde o governo dos EUA com a autoproclamação de Guaidó, relembram os tristes dias das agressões imperialistas dos governos dos EUA nas nações latino americanas. Independentemente das contradições e vacilos do governo de Nicolas Maduro, é hora de cerrar fileiras com nossos irmãos e irmãs da Venezuela.

No dia 5 de fevereiro se reuniu em São Paulo o Comitê Brasileiro para discutir a organização dos atos de solidariedade pela Paz na Venezuela e contra as agressões imperialistas que serão realizados na próxima sexta-feira dia 08, 14h, em frente aos consulados da Venezuela no Brasil e na embaixada em Brasília. No Rio de Janeiro, o ato foi realizado nesta quinta, 07.

A reunião foi muito representativa com a presença de mais de 40 entidades e partidos políticos (PT, PSOL, PCdoB, PCB e PCO) centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical, movimentos sociais entre outros MST, CM, MAB, MMM, etc. Também estiveram presentes a UNE e vários coletivos de juventude.

Ao final foi redigido um manifesto [abaixo] assinado por dezenas de entidades, movimentos sociais, personalidades, organizações e partidos políticos que será lido no ato e entregue aos representantes do governo venezuelano.

Convidamos todos e todas a estarem lá!
O Brasil não pode participar deste golpe!
Que o povo venezuelano decida seu futuro!
Fora a intervenção imperialista de Trump!


 

MANIFESTO PELA PAZ NA VENEZUELA!

As entidades, movimentos e personalidades que compõem o Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela defendem a soberania e a autodeterminação dos povos e por isso vêm a público manifestar-se:
1. Denunciamos que está em curso mais uma tentativa de Golpe de Estado na Venezuela. Esta ofensiva internacional vem sendo liderada pelo governo dos EUA e apoiado pelos seus capachos na América Latina e na Europa. Juan Guaidó não foi eleito presidente, se autoproclamou em uma manifestação da oposição, tornando-se a marionete necessária para concretizar o golpe e garantir os interesses imperialistas na Venezuela. Guaidó tem apoio político e econômico de fora da Venezuela, mas no país não conta com o respaldo e a legitimidade da maioria do povo.
2. Repudiamos toda e qualquer ameaça de ingerência e de intervenção militar contra a Venezuela, que abrem um possível cenário lastimável de guerra nas fronteiras com o Brasil e com outros países da América do Sul, colocando em risco a vida do povo venezuelano, brasileiro e latino-americano.
3. Repudiamos as declarações intervencionistas do Governo Brasileiro, expressadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo, que rompem com a tradição da diplomacia brasileira de busca pela paz, pelo diálogo e pela integração regional.
4. Repudiamos as manifestações intervencionistas dos governos do “Grupo de Lima” e dos países membros da União Europeia, que reconheceram Guaidó como presidente e querem interferir sobre as eleições venezuelanas.
5. Repudiamos o cruel bloqueio econômico praticado pelos EUA contra o povo venezuelano, recentemente os EUA sequestraram bilhões de dólares venezuelanos que estão em bancos estadunidenses, coroando o cerco econômico que já vem sendo praticado há cerca de três anos com o objetivo claro de desestabilizar o apoio popular mantido pelo governo de Maduro, à custa de privar a população de medicamentos, de alimentos e de produtos de higiene.
6. Denunciamos os interesses internacionais em apossar-se do petróleo e dos bens naturais que pertencem ao povo venezuelano. Para nós está evidente que o objetivo de Trump é o de apossar-se não só dos bens venezuelanos nos EUA, mas de pilhar o petróleo e os recursos naturais da nação com a instalação de um governo títere. Para tanto, golpes de Estado e ameaças de intervenção militar já foram largamente utilizados, como sabemos, em outras regiões do planeta.
7. Denunciamos a Rede Globo e todas as grandes empresas de comunicação brasileiras e internacionais que manipulam as informações e difundem mentiras sobre o governo de Nicolás Maduro e sobre que está acontecendo na Venezuela, confundindo a população e atuando diretamente na ofensiva internacional para desestabilizar e desconhecer a soberania do povo venezuelano.
8. Defendemos a soberania e autodeterminação do povo venezuelano, que tem o direito de escolher seu próprio destino através da eleição de seus governos, sem nenhuma ingerência externa.
9. Reconhecemos o governo legítimo de Nicolás Maduro, vencedor com 67% dos votos válidos de eleição realizada no dia 20 de maio de 2018 contra quatro candidatos da oposição. Tal eleição esteve sob a supervisão de 200 observadores internacionais, que atestaram a lisura, transparência e legitimidade de todo o processo.
10. Defendemos todas as iniciativas de Diálogo e de Paz que respeitem a soberania do povo venezuelano. Saudamos a iniciativa dos governos do México e do Uruguai que começaram no próximo dia 07. Saudamos as manifestações do Papa Francisco e todas as lideranças religiosas, artistas, políticos, personalidades e entidades que tem se manifestado neste sentido.
Por fim, nos comprometemos:
– Estaremos em alerta sobre o que está acontecendo na Venezuela, conscientes de que não é somente uma questão de justiça e solidariedade, mas que se trata do destino do povo brasileiro e do povo latino-americano.
– Estaremos mobilizados nas ruas, nos campos, nas universidades, nos sindicatos, nos movimentos, nos partidos, nas igrejas, nos meios de comunicação, e em todos os lugares possíveis de estabelecer um diálogo com a população sobre o quê está acontecendo na Venezuela e sobre por que é tão importante e urgente tomar partido neste momento.

Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela

São Paulo, 06 de fevereiro de 2019.

ASSINAM*

ORGANIZAÇÕES
1. Articulação Brasileira dos Movimentos da ALBA
2. Ação Antifascista Brasil
3. Afronte – Juventude Anticapitalista
4. Brigadas Populares
5. Central de Movimentos Populares – CMP
6. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
7. Central Única dos Trabalhadores – CUT
8. Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Cebrapaz
9. Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
10. Centro de Estudos e Pesquisa Ruy Mauro Marini
11. Coletivo Abrebrecha
12. Coletivo Democracia Corinthiana – CDC
13. Confederação nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – CONTEE
14. Conselho Mundial da Paz – CMP
15. Consulta Popular
16. Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
17. Federação Sindical Mundial – FSM
18. Federação Única dos Petroleiros – FUP
19. Fundação Lauro Campos – PSOL
20. Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
21. Levante Popular da Juventude
22. Marcha Mundial de Mulheres – MMM
23. Movimento de Moradia no Centro – MMC
24. Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
25. Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
26. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
27. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
28. Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
29. Movimento Paulista de Solidariedade à Cuba
30. Partido Comunista do Brasil – PCdoB
31. Partido dos Trabalhadores – PT
32. Partido Comunista Brasileiro – PCB
33. Partido da Causa Operária – PCO
34. Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
35. Pastoral da Juventude Rural – PJR
36. Rede De Médicas e Médicos Populares
37. Refundação Comunista
38. Revolução Brasileira – PSOL
39. Resistência – PSOL
40. Movimento Terra Livre
41. Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST
42. União Brasileira de Mulheres – UBM
43. União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
44. União da Juventude Socialista – UJS
45. União da Juventude Comunista – UJC
46. União Nacional dos Estudantes – UNE

Personalidades:
Guilherme Boulos – Coordenador Nacional do MTST e ex-candidato a presidente pelo PSOL
Francisvaldo Mendes – Presidente da Fundação Lauro Campos
Juliano Medeiros – Presidente Nacional do PSOL,
Berna Menezes – Executiva Nacional do PSOL,
Rodrigo de Souza Claudio – Executiva Nacional do PSOL,
Valerio Arcary – Historiador
José Carlos Miranda – Conselheiro Fundação Lauro Campos

*Receberemos novas adesões de entidades e apoios individuais SOMENTE por e-mail [email protected] até o dia 08 de fevereiro de 2019, sexta-feira, às 10h.

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