Até hoje, a maioria dos funcionários do Banco do Brasil sequer sabia que tinha como colega o filho do General Mourão, vice-presidente da República. Mas, neste dia 8 de janeiro, souberam pelos principais veículos da imprensa que esse “ilustre colega”, Antonio Rossell Mourão, acaba de ser promovido a assessor especial do novo presidente do Banco, Rubem Novaes. Com a promoção, Antonio, que até então era assessor na área de agronegócio, terá seu salário triplicado, passando a receber mais de R$ 36 mil por mês.
A ascensão meteórica do filho do vice-presidente causou enorme indignação entre os funcionários do banco, que trabalham duro e buscam se qualificar para alcançarem uma pequena promoção, em um ambiente de pressão e, muitas vezes, de assédio moral. Na intranet do Banco, choveram comentários de indignação.
A promoção de Antonio veio a público apenas um dia após o discurso de posse de Rubem Novaes, que afirmou que uma das suas responsabilidades é “fazer com que os brasileiros voltem a se sentir honrados de serem brasileiros”. Disse ainda que as instituições têm a responsabilidade de reverter o quadro que o país viveu nos últimos anos e que “os dirigentes das instituições devem restabelecer a confiança da população e de empresários do setor privado para que a economia e a credibilidade no país sejam fortalecidas”.
Na mesma cerimônia, Bolsonaro afirmou que, pela primeira vez, os bancos públicos tinham sido blindados de nomeações políticas. Falou também em transparência, colocando em dúvida operações do Banco do Brasil com grandes empresas nas gestões anteriores, ao afirmar que “aqueles que foram a essas instituições [bancos públicos] por serem amigos do rei, buscar privilégios, ninguém vai persegui-los, mas esses atos, essas ações, esses contratos tornar-se-ão públicos”.
A nomeação de Antonio Mourão contradiz todo o discurso de ética e combate à corrupção de Bolsonaro e sua equipe. Discursos bonitos são ditos sobre a época em que “o rei era outro”. Mas, no reinado de Bolsonaro e Mourão, parece que os privilégios dos amigos (ou filhos) do rei continuam sendo a regra.
Foto: Reprodução
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