1 de janeiro: organizar a Resistência ao governo machista de Jair Bolsonaro

Mulheres da Resistência*

Nesse primeiro dia do ano acontece a posse de Jair Bolsonaro, presidente eleito por meio de uma campanha baseada em fakenews, ódio à mulheres, negras, negros e LGBTs.

Dentre suas propostas, estão o estatuto do nascituro e a bolsa-estupro; que desconsideram questões de saúde pública e retrocedem nos direitos reprodutivos conquistados pelas mulheres. Tudo isso somado a um projeto ideológico que afirma que a sociedade ideal é a que a mulher fica em casa e não trabalha, retrocedendo na luta das mulheres pela sua autonomia, legitimando desemprego e o preconceito de gênero no mercado de trabalho.

Bolsonaro, que mesmo antes de assumir, já foi denunciado por corrupção, quer acabar com a previdência e o direito à aposentadoria. Ele e sua equipe já preparam o corte nos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora, classe esta que hoje é também feminina, negra e LGBT.

Por todos esses motivos, não temos nada de positivo por esperar do novo governo. Assim, apoiamos a postura do PSOL e dos outros partidos em não comparecer à sua posse. Seremos oposição não apenas parlamentar, mas uma oposição firme e consciente NAS RUAS!

Mulheres Unidas: #EleNaoNosRepresenta

Bolsonaro prega o fuzilamento de seus inimigos, só fala com quem concorda com ele e deslegitima quem faz críticas. Quer implementar esta mesma forma retrógrada na educação pública, impedindo o livre pensamento e o desenvolvimento da opinião crítica dos alunos por meio da censura aos professores, categoria profissional majoritariamente feminina.

Em sua mira estão as mulheres e os movimentos sociais que se colocam na linha de frente da resistência aos ataques que seu governo pretende fazer.

Nós, mulheres, organizamos em setembro e outubro de 2018 uma ampla unidade de ação que articulou pessoas com diferentes visões políticas, que votaram em diferentes candidatos, mas que compreenderam a necessidade histórica de canalizar sua energia militante para tentar impedir que um candidato com um discurso e projeto fascista ganhasse a eleição. Infelizmente não conseguimos este objetivo, mas conquistamos algo fundamental para os próximos quatro anos: a certeza de que, unidas, somos capazes de fazer manifestações multitudinárias acontecerem, sendo nós, mulheres, as protagonistas de nossa própria história!

?Organizar a resistência: uma grande manifestação nos dias 8 e 14 de março

O ano mal começou e já temos uma importante tarefa: começar a construir desde já a resistência ao governo eleito, o que passa pela construção de fortes manifestações nos dias 8 e 14 de março.

No 8 de março de 2017, aderimos à Greve Internacional de Mulheres e realizamos uma enorme manifestação, paralisando locais de trabalho e estudo. Esta data foi fundamental para impulsionar a Greve Geral que ocorreu um mês depois, que parou o país no dia 28 de abril. Em 2018 o mês de março foi marcado pelos protestos após o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, mulher lutadora, negra e lgbt, uma de nós.

Em 2019 temos uma tarefa ainda maior: articular uma ampla unidade de ação para resistir aos ataques do Governo Bolsonaro. Temos que ir pra plenárias organizar grandes atos no dia 8 de março, dia Internacional de Luta da Mulher, e no dia 14 de março, exigir Justiça por Marielle na data de um ano de seu assassinato. Não esqueceremos!

Desde hoje, unidas e de mãoes dadas, nas ruas e nas redes diremos que #EleNãoNosRepresenta Se fere nossa existência, seremos resistência!

Foto: EBC

*Resistência é uma corrente interna do PSOL