Neste domingo (16) cerca de 5.500 pessoas, convocadas por diversas organizações de extrema-direita e neofascistas belgas, organizaram um protesto na capital Bruxelas contra a assinatura do Pacto de Migração da ONU.
Este pacto foi assinado na última segunda-feira (10) em Marraquexe (Marrocos), prevendo o direito de cada país a determinar a entrada de refugiados em suas fronteiras, ao mesmo tempo que assegura o reconhecimento do direito à migração legal.
Tal “pacto” de ordem mais elementar possível do ponto de vista dos direitos humanos foi considerada “radical demais” para a extrema direita mundial: apesar de 162 países terem assinado o acordo, não o fizeram os Estados Unidos, Áustria, Itália, Polônia, Hungria e Eslováquia. Bolsonaro afirmou que desassociará o Brasil assim que assumir a presidência em 2019.
A Bélgica, contudo, votou a favor e promoveu uma crise em seu governo: o partido nacionalista flamengo N-VA, o maior do parlamento belga, anunciou sua saída da coalizão de governo assim que o primeiro ministro Charles Michel negou o pedido do N-VA para que o pacto não fosse assinado.
Através de um acordo tático com os partidos Social-Democrata e Verde, Michel conseguiu garantir a aprovação do pacto no parlamento belga, à despeito do voto contrário do N-VA.
Neste domingo, portanto, os manifestantes afirmaram que Michel não teria o direito de legislar sobre o tema da migração devido ao fato que se trata de um governo de minoria, sem o maior partido do país.
Houve diversos confrontos entre a extrema-direita e as forças de repressão do governo. No mesmo dia, partidos de esquerda e movimento sociais belgas organizaram um contra-ato de 1000 pessoas, também em Bruxelas, para denunciar a crescente xenofobia no país.
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