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BRASIL

Bolsonaro diz que legislação trabalhista “tem que se aproximar da informalidade”

da redação

Em reunião com deputados do DEM, futuro presidente volta a defender os interesses das grandes empresas, ataca MPT e diz que é terrível ser empresário no Brasil

Nesta quarta, 12 de dezembro, em reunião com a bancada de parlamentares do DEM, Jair Bolsonaro voltou a defender uma maior flexibilização das leis trabalhistas no Brasil.

Segundo ele, é uma tormenta ser patrão no Brasil. Atacou o artigo sétimo da Constituição, que prevê a garantia de direitos básicos aos trabalhadores, como férias e 13° salário, e defendeu que a legislação deve se aproximar ainda mais da informalidade.

Diz ainda: que o Ministério Público do Trabalho realiza fiscalizações e punições exageradas sobre as empresas brasileiras, insinuando que, “se tiver clima”, vai se enfrentar, como presidente, com este órgão fiscalizador dos direitos trabalhistas mínimos.

O vídeo foi gravado por um dos parlamentares do DEM, presente na reunião, e divulgado nas redes sociais. Tudo indica que Bolsonaro não sabia da gravação, por isso ficou tão a vontade para falar a favor dos patrões e contra os trabalhadores.

VEJA O VÍDEO

As declarações não chegam a surpreender. Afinal, Bolsonaro já tinha dito absurdos como estes na campanha, como por exemplo, quando afirmou que os trabalhadores devem escolher entre ter direitos ou ter empregos.

Sua equipe econômica, chefiada pelo ultra liberal Paulo Guedes, já sinalizou que vai atuar no sentido de flexibilizar ainda mais os direitos trabalhistas, com propostas nefastas, como a criação de uma carteira de trabalho “verde e amarela” (específica), que daria segurança jurídica para os patrões contratarem novos trabalhadores com direitos ainda mais flexibilizados.

Tudo isso, num momento onde houve um aumento qualitativo no trabalho informal no país. Segundo dados do próprio IBGE, em setembro desse ano, os contratos de trabalho informais chegaram a 43% do total da mão-de-obra. Uma consequência direta da reforma trabalhista de Temer, apoiada por Bolsonaro.

Além da terrível piora no nível de vida do povo trabalhador, a informalidade traz outras consequências terríveis, como a fragilização significativa da Previdência Social.

Para o novo governo, a reforma trabalhista e a ampliação da terceirização para as atividades fins das empresas, propostas por Temer e aprovadas pelo Congresso Nacional, são ainda insuficientes. Querem ir além, transformar os trabalhadores brasileiros em verdadeiros escravos, sem direitos trabalhistas e previdenciários mínimos e com salários ainda mais arrochados.

O vídeo vazado é mais uma demonstração dos profundos ataques aos direitos sociais que virão com o novo governo.

É a hora de prepararmos um grande e unitário movimento de resistência. Uma grande frente única para organizar as nossas lutas, formada por todas organizações, partidos e movimentos da classe trabalhadora, da juventude e do conjunto dos explorados e oprimidos.