Na sexta-feira, 28 de setembro, véspera dos atos nacionais organizados pelas Mulheres, pelo #EleNão, teve início uma greve na fábrica de embalagens de vidro Vitrale, na Zona Leste de São Paulo, onde as mulheres operárias somam 90% da força de trabalho.
Às 06h30, na porta da fábrica, o sindicato distribuía um boletim específico, com reivindicações apresentadas há meses aos patrões.
Ao mesmo tempo, militantes do PSOL e da corrente Resistência, como a diretora do Sindicato Cacilda de Paula, apresentavam às operárias Silvia Ferraro, candidata ao Senado e João Zafalão, candidato a deputado estadual, que estavam presentes.
As 07 horas, a sirene do início da jornada tocou mas, como é tradição daquela fábrica, as operárias entraram, vestiram o uniforme de trabalho e praticamente todas retornaram para o lado de fora, para a assembleia. Em conversas miúdas, aguardavam o início da reunião, quando uma operária tomou a palavra e disse: “não aguentamos mais vamos ficar aqui fora até “eles” nos atenderem, não aguentamos mais enrolação”. E assim se seguiram várias companheiras, muito revoltadas e indignadas com a situação, e exigindo a presença do Sindicato.
E assim, por unanimidade, votaram aprovando uma paralisação, enquanto não houvesse negociação.
Foi incrível a disposição e coragem das operárias. Começaram a cantar, a conversar com a Silvia, fizeram “live” e praticamente todas e todos pegaram os adesivos do PSOL com os Slogans #EleNão #EleNunca e botaram no peito.
Vale ressaltar que há muito tempo esta fábrica não faz greve, ao menos nos últimos 15 anos, com certeza. Ficou clara e evidente a força e disposição das mulheres.
A força da assembleia e a coragem das mulheres foi um aviso do grande ato contra o reacionário Bolsonaro no dia 29, com milhares nas ruas.
Foto: José C. Miranda. A foto recebeu um filtro, para proteger a identidade das trabalhadoras, evitando perseguições.
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