A quarta-feira do dia 29 de agosto de 2018 ficará marcada como um ponto baixo na história recente brasileira. Dois episódios na cidade de São Paulo demonstram a barbárie que representa a figura política do Bolsonaro.
Já foi bastante divulgada a ameaça sofrida por uma apoiadora da candidatura Boulos e Sonia Guajajara em frente ao comitê da campanha, quando o motorista de um Chevrolet classic sacou uma arma de fogo e disparou gritos em defesa de Jair Bolsonaro e contra as candidaturas de Boulos e Sonia. Se você ainda não tinha visto, confira a nota oficial aqui.
No entanto, nas regiões mais afastadas do centro das cidades a ameaça está se tornando institucional. Recebemos a denúncia de uma estudante, cuja identidade será mantida em sigilo, sobre a atuação da polícia civil na cidade, veja abaixo o relato:
“Ontem, 29 de agosto de 2018, por volta de 11h40, no caminho entre a faculdade e o trabalho, havia uma blitz da Polícia Civil na Rua Luís Geraldo da Silva, SP/SP, paralela à Avenida Sapopemba. Estavam todos fortemente armados com metralhadoras. Quando fui passar, um policial, com uma delas em mãos, fez sinal para que eu parasse e abaixasse o vidro do carro. Quando fiz isso ele disse de forma intimidadora: ‘com Bolsonaro presidente vai ser assim todo dia’. Depois, acenou para que eu prosseguisse. Fiquei chocada com o absurdo! Uma agente público, no exercício de sua função, jamais poderia agir dessa forma. Me senti extremamente intimidada e mal conseguia dirigir depois disso. Parece que algumas pessoas estão loucas. Ainda bem que não são todas. O medo e a intolerância não podem vencer”.
Felizmente nos dois casos a conclusão é a mesma: o medo e a intolerância não podem vencer. Esses casos são a expressão concreta do Brasil defendido pelo projeto do Bolsonaro: um país com menos direitos para os trabalhadores, com mais violência e intolerância com a diversidade. Aqueles que enxergam em Bolsonaro uma alternativa aos políticos tradicionais precisam saber que a alternativa que ele propõe é a barbárie.
Barbárie essa que vem sendo gestada há anos, que, infelizmente, se fortaleceu até nos períodos em que foi base de apoio aos governos do PT durante os oito anos do mandato de Lula. Isso mostra o perigo das alianças de conveniência.
Precisamos ser consequentes e unificar as lutas contra essas ameaças de caráter fascista. Nosso projeto de país, no entanto, não pode ter concessões à direita, aos setores reacionários, aos empresários e às corporações, pois foi de concessão em concessão que chegamos ao atoleiro no qual estamos hoje. Terá de ser, irremediavelmente, um projeto de país ligado às necessidades dos trabalhares e dos setores mais oprimidos de nossa sociedade.
Foto: Divulgação Polícia Civil SP
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