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Atentado contra Maduro envolve militares de alta patente e deputados da MUD

Por: David Cavalcante, de Recife, PE

Já são 23 detidos os investigados por suspeita de envolvimento no frustrado atentado terrorista contra o Presidente Nicolás Maduro, ocorrido em 04 de agosto, através do uso de drones e explosivos, imagens que foram transmitidas mundialmente e subestimadas pelas grandes agências da mídia empresarial.

As investigações dos órgãos de inteligência venezuelanos indicaram que uma operação com base em células de mercenários, vindos da Colômbia, e o provável envolvimento do ex-Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em conluio com ex-deputados da oposição de direita interna, ligados à MUD, Julio Borges e Juan Requesens (este último já se encontra detido) são os mentores do atentado frustrado contra o Presidente da Venezuela.

O Procurador Geral, Tarek William, anunciou igualmente que militares de alta patente, o General da Guarda Nacional Bolivariana, Alejandro Pérez Gámez, e o Coronel Pedro Javier Zambrano, seriam igualmente organizadores do atentado contra a vida do Presidente.
Tal atentado ocorre nos marcos de uma mudança de política do imperialismo frente à nova correlação de forças na Venezuela aberta com a vitória da eleição, instalação e legitimidade alcançada pela plenipotenciária Assembleia Nacional Constituinte-ANC, em julho de 2017, sob o boicote da MUD, gerando uma deslegitimação popular da velha Assembleia Nacional (Congresso Nacional) que tinha passado a atuar com bloqueios institucionais e tentativas golpistas de desestabilização do governo central, chegando a declarar vaga a Presidência pela maioria da direita. Maduro, diferentemente da Dilma Roussef, não capitulou ao golpe parlamentar-midiático e convocou a ANC, sob protestos da MUD e, inclusive, de pequenos grupos socialistas.

Maduro foi reeleito, em maio de 2018. Apesar da forte crise econômica a MUD, depois de ter usado por meses as ações violentas de rua durante o ano de 2017, conhecidas como guarimbas (bloqueios), terminou dividida e desmoralizada, sendo derrotada nas ruas e nas urnas e demonstrado cada vez menos apoio popular.

Cerco geopolítico com eixo na Colômbia
Ante a derrota interna e a desmoralização da MUD, o governo dos Estados Unidos intensificou o cerco geopolítico e o boicote econômico para tentar isolar e asfixiar a economia da Venezuela. Tomou iniciativas para implementar a chamada Carta Democrática no âmbito da OEA e demais órgãos multilaterais como base para uma intervenção no país. Sem sucesso, impulsionou a criação do Grupo de Lima formado pelos aliados serviçais dos governos de 17 países da América Latina, em agosto de 2017.

O giro do vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, pela América do Sul tinha como principal objetivo aumentar o cerco diplomático e político contra a Venezuela em reforço aos objetivos do Grupo de Lima.

Neste mês de agosto, na mesma linha, pela primeira vez na história, um Secretário de Defesa dos EUA visitou o Brasil. James Mattis, teve reuniões, em Brasília, com os ministros Joaquim Silva e Luna, da Defesa, e Aloysio Nunes Ferreira, das Relações Exteriores. O Secretário fez igualmente um giro de América do Sul e reuniões com altas autoridades da Colômbia, que após a vitória de Ivan Duque tem esbravejado ataques contra o país irmão, visando igualmente reforçar a política de isolamento do povo venezuelano propalando ao mesmo tempo o demagógico “apoio aos refugiados”.

A combinação das táticas de isolamento internacional, boicote econômico, bloqueios de ativos, pressão diplomática combinada com discursos humanitários e o uso de ações de mercenários e ações terroristas violentas já foram repetidamente utilizadas pelo governo dos EUA em outros países, a exemplo de Cuba e durante a Revolução da Nicarágua nos anos 80.

Repudiar o atentado
O violento ataque terrorista perpetrado contra o Presidente da República, Nicolás Maduro, quando da comemoração do aniversário da guarda Bolivariana Nacional, sem dúvida alguma é uma tentativa de assassinato frustrada da autoridade presidencial. Um fato aberrante que deve ser repudiado categoricamente por todas as organizações de esquerda e pelos governos da região que possam indicar um mínimo de soberania frente a tal violência, independente de simpatias ou não ao governo daquele país.

Cabe aos movimentos de esquerda do continente não vacilar na solidariedade ao povo venezuelano, independentemente das sérias críticas e divergências que possamos ter ante o governo de Maduro e à estratégia do chavismo.