No dia o6 de agosto a greve dos servidores públicos do município de Hortolândia, interior de São Paulo, chega ao oitavo dia. Tendo o quarto maior PIB do estado de São Paulo, a cidade vive um caos na saúde, onde faltam materiais de higiene e limpeza nos centros de saúde. Os servidores municipais denunciam essa situação e o reajuste concedido pela administração municipal (Angelo Perugini, PDT), de apenas 1,56%, demonstra o descaso do poder público local com o serviço público.
A categoria luta por reajuste de 7% (5% de aumento real pelo IPCA) e melhorias nos benefícios, principalmente os ligados à alimentação e saúde, além de melhorias nas condições de trabalho. Recentemente, até surto de diarreia ocorreu em uma das unidades de saúde entre os funcionários, em virtude da falta de itens básicos de higiene pessoal.
Perugini e seus capangas políticos (corja de comissionados que consomem grandes recursos financeiros com folha de pagamento, enquanto faltam profissionais concursados), deram as costas aos servidores e recusa-se a negociar.
Ao contrário do que pensava a administração, em pleno momento de grandes ataques aos trabalhadores, sobretudo com o golpe parlamentar que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff e a aprovação pelo governo golpista de Michel Temer da reforma trabalhista e da PEC do fim do mundo (teto de investimentos públicos financeiros), os servidores e servidoras públicos de Hortolândia demonstram grande adesão ao movimento. Principalmente na saúde e educação, os trabalhadores organizam-se em comissões muito ativas e o movimento cresce.
O governo local de Angelo Perugini tenta intimidar a categoria. Ao lançar uma carta pública, alega que os servidores deveriam agradecer por terem um emprego e receberem em dia. Apela para o que chama de um bom senso, o qual a própria administração não tem. Com secretarias lotadas por comissionados sangue sugas, o governo local demonstra que sua prioridade é garantir esse loteamento político, aumentando ainda mais o cabide de empregos.
A prefeitura tenta desmobilizar a categoria, optando por arranjar uma liminar suspeita e contestável para garantir o serviço de saúde. Mesmo assim, a categoria segue mobilizada e recorrendo judicialmente deste ataque.
Uma luta pela valorização dos serviços públicos
O governo Perugini é só mais uma face do desmonte dos serviços públicos, endividando o município com grandes empréstimos para corroborar com o enriquecimento de grandes empreiteiras em obras desnecessárias, como a ponte estaiada, que se tornou uma piada entre a população (ponte que liga nada a lugar nenhum). O mesmo prefeito que saiu do PT apenas por objetivos pessoais, em resumo, aprofunda os ataques do governo petista anterior (Meira).
O movimento grevista dos servidores públicos de Hortolândia é um exemplo para toda a classe trabalhadora brasileira e um símbolo de resistência pela boa qualidade dos serviços públicos.
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