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BRASIL

Crise no Hospital Deoclécio Marques, no Rio Grande do Norte

Por: Mauricio Moreira, de Natal, RN

Recentemente, o hospital Deoclécio Marques, na Zona Metropolitana de Natal, foi notícia nos veículos de comunicação,  onde  foram reveladas as condições dramáticas de funcionamento de um dos maiores hospitais do Rio Grande do Norte. Para falar sobre a crise da saúde potiguar, entrevistamos o militante João Assunção, da Resistência/PSOL e diretor do Sindicato dos Servidores da Saúde.

Esquerda Online –  João, quais as condições da saúde pública do Rio Grande do Norte nesse momento?

João – As condições da saúde nos hospitais estaduais são caóticas, além do fechamento de serviço em sete hospitais regionais, dez leitos da UTI cardiológica do Walfredo Gurgel, a UTI pediátrica do Hospital Maria Alice Fernandes. Também tem a falta de servidores, causando a sobrecarga e o adoecimento de muitos servidores, acarretando em atestados médicos.

Esquerda Online – Faltam estrutura e materiais básicos nos hospitais?

João – Sim, enquanto o governo desativa serviços nos hospitais regionais, sobrecarrega abarrotando os corredores dos hospitais da região metropolitana com macas. São os casos do Hospital Pedro Bezerra (Santa Catarina) e do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e Deoclecio Marques de Lucena, em Parnamirim.

Esquerda Online – O Deoclécio Marques, localizado na zona metropolitana de Natal, foi matéria nos jornais locais recentemente. O que houve?

João – Como nos outros hospitais, a situação do Hospital Deoclecio Marques não é diferente, aquele hospital só funciona porque os servidores se esforçam para fazer a coisa acontecer. Às vésperas das eleições, o governo quer ampliar o hospital sem condição alguma, faltam equipamentos básicos como EPIs, os técnicos de RX e servidores do Centro Cirúrgico trabalham sem dosímetro, faltam servidores na Farmácia, Serviço Social, Laboratório, Nutrição, entre outros. O hospital não tem lavanderia, sendo preciso terceirizar a higienização das roupas. No dia 5 de julho, cheguei com intuito de mobilizar os servidores para uma reunião com o propósito de eleger delegados para o Congresso do Sindsaúde e, ao chegar ao centro cirúrgico, tomei conhecimento que as intervenções cirúrgicas estavam comprometidos com a falta de material esterilizado por não ter roupas para empacotar as caixas com instrumentos cirúrgicos, para serem esterilizadas e usados nas cirurgias do dia e ainda para complicar mais, os autoclaves não estavam funcionando. Fiquei muito indignado em ver aqueles pacientes sem comer, sem beber e sem saber que horas ou se ainda iriam fazer sua cirurgia. Entrei em contato com a imprensa do nosso estado para denunciar aquela situação, foi o mínimo que eu pude fazer.

Esquerda Online – Essa situação do Deoclécio é recente ou antiga?

João – Sempre existiu, mas está piorando agora com a suspensão dos serviços da empresa que fazia o trabalho de lavanderia.

Esquerda Online – Nesse momento, quais as principais reivindicações dos trabalhadores e usuários do Deoclécio?

João – Condições dignas de trabalho, respeito e humanização por parte do governo para com os servidores e pacientes. Assim como salários em dia.