Quando o juiz apitou para o meio de campo encerrando a partida, um sorriso mais do que merecido se estendeu nos rostos dos jogadores brasileiros e de todos que acompanharam nossa Seleção. Vencemos, jogamos bem, nosso principal jogador foi o destaque do jogo, mais um 2×0 (o terceiro nessa copa), e mais uma vez vamos para as quartas de final (a sétima Copa seguida que avançamos para essa fase).
O primeiro tempo foi difícil, suado. Diante de um forte calor na cidade de Samara, a equipe mexicana foi quem conseguiu emplacar o ritmo do jogo, porém, sem causar grandes sustos ao goleiro Alisson. Depois da metade da etapa inicial, nossa Seleção já se sentia mais livre em campo. Nossos jogadores botaram a bola no chão, respirou e tentou fazer nosso jogo. Neymar começou a aparecer, para azar dos mexicanos e dos que criticam nosso craque. Driblava, chutou perigosamente e incentivou a equipe. Era um anúncio do que estava por vir.
Assim que a bola rolou na volta do intervalo, o que se viu foi um Brasil avassalador. Logo aos seis minutos, Neymar puxou três zagueiros rivais na entrada da área, tocou de calcanhar para Willian e como num piscar de olhos, o meia brasileiro invadiu a defesa mexicana e bateu cruzado, Neymar mergulhou de carrinho e com as travas da chuteira empurrou a bola pra dentro. Um a zero. Gol pra sujar a camisa, no talento e na raça.
Na comemoração Neymar é erguido nos ombros por Paulinho, e faz sinal de silêncio para a torcida mexicana, ou seria para os críticos? Não importa, mas daquele momento em diante, era o momento de muitos sentarem e assistirem o futebol pentacampeão do mundo dominar o adversário.
Com uma defesa firme, não deixávamos passar nada. A dupla de zaga, Thiago Silva e Miranda estavam em uma noite inspirada. Fagner conseguiu se recuperar de um mal primeiro tempo e na volta do intervalo fechou o lado direito, os mexicanos ficaram sem opção. Casemiro, o nosso melhor jogador no torneio, foi gigante, ganhou todas, parecia um adulto pegando a chupeta de um recém-nascido.
Willian, que até então não fazia uma boa Copa ofensivamente, flutuava com imensa facilidade sobre os marcadores adversários. Com uma arrancada atrás de outra, nosso “foguetinho” só era parado por faltas.
É na fase de mata-mata onde os grandes craques mostram por que são diferenciados, e foi o que o nosso camisa 10 fez. O atacante chamou para si a responsabilidade e mostrou porque é um dos melhores do mundo e fez sua melhor partida até agora na Rússia. Com toda a habilidade que tem, partia pra cima dos adversários, buscava resolver o jogo, mostrava um repertório de dribles e arrancadas. Mais uma vez o México só tinha as faltas como método, e utilizou inclusive de forma desleal, quando Layún pisou no tornozelo direito de Neymar, quando o mesmo estava caído fora de campo.
Apesar das faltas, a única coisa que conseguia ser efetiva para parar o time brasileiro era o goleiro Ochoa, que em mais uma noite inspirada conseguia barrar nossos chutes.
Quando o jogo se aproximava do fim, Tite colocou Roberto Firmino, o menino sorriso. O atacante do Liverpool fez uma temporada sensacional na Inglaterra e com apenas alguns minutos em campo fez aquilo que toda Alagoas já sabia que ele iria fazer, botou mais uma bola nas redes mexicanas. Neymar recebe belo passe de Fernandinho, que deve começar jogando próxima partida por conta da suspensão de Casemiro, e diante do cansaço dos zagueiros mexicanos que já haviam se entregado esperando por mais um gol, invade a área cara a cara com o Ochoa e bate cruzado, Firmino, o único nordestino da atual Seleção, mostra toda sua estrela, estando no lugar certo na hora certa, e com um toque ele entra junto com a bola no gol adversário. 2 a 0 Brasil. O abraço coletivo dos jogadores após o segundo gol mostra o espírito de união da equipe.
No dia seguinte a partida jornais de todo mundo colocam na primeira página nossa vitória. Da Argentina, a França, passando por Itália a Bangladesh, todos sabem quem é o favorito para ganhar a Copa e qual é a Seleção, a única com “s” maiúsculo, que tem o melhor futebol do mundo.
Quando o juiz encerrou a partida, as ruas foram tomadas por crianças que estouravam bombas em comemoração, gritos eufóricos das mães, pais, tios, tias, irmãos dessas mesmas crianças. Foi dia de churrasco e cerveja em plena segunda. A esperança e alegria estavam estampadas junto do sorriso nos rostos de milhares de pessoas. Estamos mais perto de nossa sexta estrela.
Mais sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia no Lateral Esquerda:http://esquerdaonline.com.br/a-lateral-esquerda
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