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Especiais
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Rússia faz história e chega às quartas de final

Por Jaison Xanchão, para o Lateral Esquerda

Hoje a vodka está liberada, pode dançar pagode russo e gravar vídeo na comemoração pós jogo como fez o Galvão Bueno, porque a seleção anfitriã, contrariando todas as apostas e a lógica, que já deixou de ser critério nessa copa faz tempo, eliminou a favoritíssima Espanha e está nas quartas de finais da Copa do Mundo.

A seleção espanhola abriu o placar logo no início da partida numa falta cobrada para dentro da área depois do empurra-empurra entre o zagueiro espanhol Sérgio Ramos e Sergey Ignashevich, a bola acaba resvalando no jogador russo e entrando. O gol parecia o início de um baile espanhol, mas a história não foi bem assim. Após o gol a seleção espanhola resolveu trocar passes e mais passes. Foram mais de 1200 em toda a partida. Mostrando um futebol pouco veloz e com jogadores estáticos deu campo para os russos que, junto com as arquibancadas, foram para cima acreditando que era possível.

Aos 41 minutos da primeira etapa depois de tanto pressionar o time da casa chegou ao empate. Depois de um escanteio, o zagueiro Piqué corta o cabeceio russo, numa jogada digna de vôlei (Giba, neles!), o juiz marca pênalti que foi convertido pelo experiente centroavante Dzyumba.

O segundo tempo teve uma tendência de domínio espanhol, trocando passes e colocando a seleção russa na roda, com contra-ataques esporádicos, mas perigosos, da seleção Russa. O jogo teve 79% de posse de bola para seleção espanhola, que ainda chutou 24 vezes contra 7 dos russos. Era um massacre de volume de jogo. Em campo e no banco os russos pediam o incentivo da torcida e sabiam que a força das arquibancadas era a única chance de vencer mais essa batalha e avançar as quartas de finais, o que não acontecia desde a copa de 90 (quando ainda existia a URSS).

Na metade do segundo tempo mais um momento histórico. Pela última vez em copas, Iniesta entrava em campo. Ele ainda não sabia disso e com certeza não passava na cabeça dele e de todos espanhóis que sua despedida seria tão prematura, mas que em alguns minutos o cara que fez o gol do único título mundial de seu país e foi símbolo de uma geração que assombrou o mundo com o belo futebol ofensivo e efetivo se despediria com a camisa roja.

O jogo foi para prorrogação e a dinâmica se manteve. A Espanha martelava, sufocava, imprimia um volume de jogo e troca de passes. A Rússia se defendia e contra-atacava no momento certo. Como a tradição estrategista de sua cultura política, militar e esportista. Eles arrastavam o jogo para os pênaltis, era a única chance, nela apostaram tudo e conseguiram!

Nos pênaltis brilhou a estrela do goleiro Akinfeev, escolhido o craque da partida, que pegou dois chutes e trouxe a glória para os donos da casa. Seus batedores inspirados na tradição do perfeccionismo russo não erraram uma cobrança. Era só tiro certo, lembrou o exército vermelho. Nem precisou bater todos os pênaltis para fechar o placar das penalidades máximas em 3 x 2.

Hoje a seleção russa confirmou que a alegria está dentro e fora de campo por aqueles lados. Hoje eles se enchem de orgulho e por essa altura do campeonato pouco importa qual adversário virá nas quartas de finais, pois fizeram história e sabem que o que estava na faixa que carregavam ao final do jogo aconteceu: “Jogamos por voces!”. Hoje o mundo dorme surpreso e a Rússia não dormirá pois estará em festa.

Mais sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia no Lateral Esquerda:http://esquerdaonline.com.br/a-lateral-esquerda