Eliminação de Senegal encerra as esperanças de se ter ao menos uma seleção africana na segunda fase
Um dos mais disputados da Copa do Mundo, o grupo H foi encerrado nesta quinta-feira em tons dramáticos. De um lado, Colômbia e Senegal jogavam a vida, o tudo ou nada pela vaga nas oitavas; do outro, o Japão precisava ao menos bater a já eliminada (e decepcionante) Polônia para conseguir a tão inesperada classificação.
E nada foi como se imaginava: os colombianos conseguiram uma vitória complicada diante dos senegaleses, com um gol de cabeça do zagueiro Yerry Mina (ex-Palmeiras), após sofrerem muito e produzirem pouco, enquanto o Japão se viu derrotado pelos poloneses e teve a classificação salva apenas por ter menos amarelos.
O futebol, como sabemos, toma rumos desgovernados que mexem com emoções, sejam elas positivas ou negativas. O Senegal começou a partida dominante, impondo-se fisicamente sobre os colombianos, que não conseguiam repetir a atuação que tiveram diante dos poloneses na segunda rodada — irregularidade que foi marca da equipe nas Eliminatórias. As trocas de passe rápidas, que criavam espaços normalmente atacados por Radamel Falcão García, foram muito bem bloqueadas pelos africanos; Juan Fernando Quintero e Juan Guillermo Cuadrado, duas ‘válvulas de escape’ dos sul-americanos, também foram muito bem anulados.
A coisa parecia que seria ainda pior para os comandados de José Pekerman quando, por volta dos 16 minutos, o árbitro sérvio Milorad Mazic marcou pênalti de Davinson Sánchez na estrela Sadio Mané. A tensão, no entanto, durou pouco: após consulta ao VAR, a penalidade foi corretamente anulada —e méritos para o ótimo bote de Sánchez, na bola.
Até ali, a Colômbia só havia finalizado uma vez ao gol (cobrança de falta de Quintero no canto do goleiro Khadim N’Diaye, que defendeu), e a possibilidade de novas chances parecida diminuída com a saída de James Rodríguez, referência técnica da equipe, aos 30 minutos — James já ficara no banco contra o Japão, no primeiro jogo, por más condições físicas.
Na volta do intervalo, as características dos times se mantiveram: o Senegal se impunha fisicamente, procurando sempre seus meio-campistas mais avançados ou tentando ligações diretas para o centroavante M’Baye Niang, seja por lançamentos ou cruzamentos na área. A Colômbia ainda tentava explorar a velocidade e as triangulações que podiam deixar alguém na cara do gol. Mas tudo mudou aos 14 minutos do segundo tempo. Na Arena Samara, explosão das duas torcidas com o gol da Polônia. Agora, com o empate, ambas se classificavam.
Muitos esperavam que a partida ficasse morna e ambos privilegiassem o resultado que cairia bem a todos. Entretanto, a imprevisibilidade do futebol novamente se fez presente. Após cobrança de escanteio de Quintero, Yerry Mina subiu mais que qualquer outro e cabeçou do chão para o fundo da rede — segundo jogo seguido que o zagueiro marca um gol para a seleção colombiana.
A partir daí o jogo ganhou caráter dramático. O Senegal tentava de todas as formas marcar o gol salvador, afinal o Japão superava os africanos pelo critério disciplinar (tinha dois amarelos a menos). Os Leões ainda ameaçaram com perigo a meta de David Ospina em duas ou três oportunidades, mas não foi o suficiente. Tristeza coletiva: a última seleção africana com chances de classificação sucumbia de forma tão dolorosa.
O que podemos esperar, agora, é que o (ótimo) trabalho de Aliou Cissé seja mantido, e que os senegaleses possam chegar no Qatar, em 2022, ainda mais fortes — e, pelo menos, com a sorte um pouco mais a seu favor.
Agora a Colômbia, líder do grupo H com seis pontos, espera o vencedor de Bélgica e Inglaterra para conhecer seu adversário nas oitavas-de-final. Seja quem for, os colombianos precisarão repetir a luta que os conduziu a uma superação em dois jogos, e espantar a irregularidade que novamente deu às caras. O rival, a partir desse momento, é bem mais difícil.
Mais sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia no Lateral Esquerda:http://esquerdaonline.com.br/a-lateral-esquerda
Comentários