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Em noite sem inspiração de CR7, VAR decide classificação do grupo B

Por Cauê Campos e André Foca, para o Lateral Esquerda

Espanha e Portugal se classificam depois de empatar contra Irã e Marrocos, VAR entra em ação em quatro oportunidades.

O arbitro de vídeo assistente (VAR, sigla em inglês) é uma tentativa da FIFA de diminuir os erros de arbitragens, mas pelo menos até agora, a realidade é que seu uso ainda gera muita confusão e trapalhadas. Sem costume de uso, árbitros, jogadores, comissão técnica e mesmo torcedores parecem não saber como utilizar esta ferramenta de forma proveitosa e os jogos de hoje foram exemplos disso.

No período da tarde de ontem (25/06) se enfrentaram as seleções do Grupo B, três delas brigando pela classificação – Portugal, Espanha e Irã. Não fosse o VAR, tudo poderia ser diferente.

No jogo envolvendo o selecionado iraniano e “CR7+10”, tivemos um pênalti marcado para os portugueses, o qual foi cobrado por Cristiano, mas defendido por Alireza Beiranvand, que se adiantou, juizão fez que não viu – alguns diriam que pênalti roubado não entra.

Logo depois, CR7 faz falta e os jogadores persas pedem cartão vermelho. Juiz vai ao VAR, se treme todo e, suando frio, volta apenas com amarelo para atacante lusitano. Ainda teve tempo para mais um pênalti marcado através do VAR, por uma mão de Cédric na área. Karim Ansarifard bate muito bem e converte.

Fora das questões da arbitragem, no primeiro tempo, Quaresma fez um belíssimo gol em um chute de trívela desde a linha da grande área. Cristiano Ronaldo brilhou pouco no jogo, muito bem marcado pelo time comandado pelo seu antigo desafeto Carlos Queiroz. Este parece ter aprendido uma forma de neutralizar o time português: marcação pesada em CR7 e um marcador individual sobre o volante William, responsável pelo início das jogadas lusitanas. No primeiro tempo inteiro, o atacante Azmoun Sardar grudou no calcanhar de William e as jogadas portuguesas não desenvolviam.

Obrigado a virar a partida para classificar heroicamente o time do Irã, Queiroz abre mão da marcação homem a homem de Sardar em William e o jogo se torna mais aberto no segundo tempo. Abrindo espaço para ataques dos dois lados, mas principalmente para as lambanças dos árbitros.

Depois do gol iraniano, Mehdi quase marca, o que viraria a partida e classificaria os iranianos para uma histórica oitavas de final, em primeiro lugar, na frente da superestrela portuguesa e eliminando o selecionado espanhol. Mesmo assim a emoção de todos os iranianos no estádio foi grandiosa, ao mesmo tempo que sabiam que ficaram muito perto de um feito histórico, também sabiam que tinha lutado como verdadeiros guerreiros persas!

Portugal vai pegar o Uruguai – melhor seleção latino americana nessa Copa – nas oitavas e a Espanha pega os donos da casa. Portugal que vinha motivado, parece estar voltando a realidade e percebendo que CR7 é gigantesco, mas é preciso mais para o mundial. Já os espanhóis enfrentam a Rússia, com um futebol pragmático, mas que ainda se recupera dos 3 gols sofridos contra o Uruguai na última rodada.

ESPANHA 2 X 2 MARROCOS

O jogo entre Espanha e Marrocos colocou frente a frente umas das grandes favoritas ao título em 2018 e uma seleção que já entrou em campo eliminada. Aparentemente, um jogo tranquilo para os espanhóis, porém, o selecionado marroquino foi a campo disposto a fazer bonito, haja visto que nas duas primeiras rodadas esta seleção fez boas apresentações, embora isso não tenha se traduzido em vitórias.

Fiel ao discurso adotado antes da partida, a seleção de Marrocos iniciou o primeiro tempo disposta a subir a marcação e dificultar o toque de bola espanhol. E a estratégia deu certo: aos 13 minutos Boutaib roubou a bola no meio de campo, após bobeada de Iniesta e Sergio Ramos, e disparou para tocar na saída de De Gea, um belo gol que fez explodir a torcida marroquina presente no estádio. Pouco tempo depois, Iniesta fez linda jogada pela esquerda do ataque, foi até a linha de fundo e deu um toque certeiro para Isco chutar forte e empatar o jogo. Na sequência do jogo, os campeões da Copa 2010 seguiram dominando a partida, mas erravam muitos passes e tinham dificuldades para levar perigo ao gol de Marrocos. Parecia que faltava algo para que os espanhóis conseguissem matar a partida.

No segundo tempo, a dinâmica do jogo seguiu muito parecida, com a Espanha ficando mais com a bola, sem conseguir converter o domínio técnico em gols. A seleção africana seguia valente. Aos 9 minutos Amrabat chutou forte e viu a bola explodir no ângulo do travessão, num daqueles lances em que, pelo bem do futebol, a bola merecia ter entrado. Poucos minutos depois foi a vez da Espanha se impor e quase marcar com Isco, de cabeça. Mas Saiss conseguiu bloquear a bola em cima da linha.

Embora a Espanha seguisse com a bola (aos 21 minutos Marrocos havia trocado 153 passes, contra 531 dos espanhóis), os marroquinos chegaram ao segundo gol depois de cruzamento certeiro para En-Nesyri, que subiu mais que Sergio Ramos para cabecear sem chances para De Gea.

A esta altura da partida, com 40 minutos do segundo tempo, a torcida marroquina comemorava a honrosa vitória, enquanto os espanhóis se preocupavam com o resultado do outro jogo, pois um empate ou vitória iraniana poderia complicar a classificação dos ibéricos. A pressão espanhola seguia forte e, aos 47 minutos, o lance que daria números finais à partida: em cobrança rápida de escanteio, Carvajal cruzou para a pequena área e Isco empurrou a bola para o gol, com um magistral toque de letra, mais um golaço na Copa 2018. No entanto, o lance foi anulado pelo bandeirinha, que viu impedimento de Isco. O árbitro recorreu ao uso do VAR e concluiu, corretamente, que Isco estava em condição de jogo no momento do cruzamento. Gol validado e fim da partida!

Ainda que o VAR seja uma boa iniciativa da FIFA no sentido de modernizar e torna o futebol menos suscetível aos erros de arbitragem, é preciso adaptar melhor, aprendendo com outros esportes que já aplicam o vídeo para confirmar as decisões do árbitro da partida. Nesta Copa, parece que o VAR está trazendo mais lambanças para os jogos do que ajudando na lisura do torneio, 8 dos 20 pênaltis assinalados pela arbitragem só foram marcados devido ao uso deste recurso. Parece que as eternas (e belas) discussões de boteco ganharam um novo conteúdo com o VAR!

Mais sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia no Lateral Esquerda: http://esquerdaonline.com.br/a-lateral-esquerda