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Parece que o jogo virou, não é mesmo?

Por André Foca, para o Lateral Esquerda

Em jogo marcado por provocações e conflitos políticos, Suiça leva a melhor e vira o jogo contra Sérvia

Não é um exagero afirmar que o jogo entre Suiça e Sérvia começou muito antes da bola rolar em Kaliningrado, em partida válida pela segunda rodada do grupo E da Copa. Isso por conta dos conflitos étnicos e políticos envolvendo Sérvia e Albânia, na região dos Balcãs. Historicamente, a região de Kosovo é disputada por sérvios e albaneses, sendo que os primeiros não reconhecem a independência política de Kosovo e, portanto, consideram esta região como uma província autônoma sérvia.

O que isto tem a ver com a partida? O fato de que muitos jogadores da seleção suíça são de origem kosovar ou albanesa, como Xhaka e Shaqiri (por sinal, autores dos gols suíços na partida). Em 2014, por exemplo, uma partida entre Sérvia e Albânia terminou com uma briga generalizada por conta de um drone que carregava uma bandeira albanesa. Nos dias que antecederam a partida na Copa, várias provocações foram feitas por jogadores de ambos os lados por meio de entrevistas ou das redes sociais, o que só aumentou a pressão e a expectativa para o duelo, que obviamente também tinha uma grande relevância para a continuidade (ou não) das equipes no Mundial.

Com a bola rolando, a Sérvia começou levando mais perigo e abriu o placar logo aos 5 minutos, Tadic cruzou a bola pela direita, na medida para Mitrovic cabecear sem dar chances para o goleiro Sommer. Depois do gol, os sérvios continuaram dominando a partida e criaram boas chances para ampliar. A Suiça chegou a levar algum perigo com Seferovic, que obrigou o goleiro sérvio a fazer boa defesa, mas até o intervalo do jogo o domínio sérvio era evidente.

No segundo tempo tudo mudou, os suíços voltaram mais ligados na partida e dispostos a reverter o placar. A Sérvia, por sua vez, começou a recuar seu time na tentativa de segurar o resultado que lhe garantiria a classificação antecipada para as oitavas de final. Mas a estratégia não durou muito tempo, logo aos 8 minutos Shaqiri chutou forte pela direita, a bola rebateu na defesa e sobrou livre na entrada da área para Xhaka mandar um tirambaço de perna esquerda, sem chances de defesa. Na comemoração, o volante de origem kosovar fez gesto alusivo à bandeira da Grande Albânia, colocando as duas mãos cruzadas em frente ao peito com os polegares entrelaçados.

O jogo seguiu aberto, com os dois times dispostos a sair do empate, porém, os suíços seguiam levando a melhor, num jogo de muita imposição física. Shaqiri teve duas grandes oportunidades, na primeira, um chute cruzado pelo lado direito bateu na trave e saiu em tiro de meta. Na segunda tentativa, o baixinho foi mais feliz: em um contra-ataque mortal, Xhaka lançou a bola para o atacante suíço disparar ainda no meio de campo, o jogador carregou a bola e chutou na saída do goleiro. O jogador – que foi eleito o “craque da partida” – repetiu o gesto feito por Xhaka no primeiro gol, mas tomou o cartão amarelo por tirar a camisa na comemoração.

Não havia mais tempo para uma eventual reação sérvia. Fim de jogo e agora o grupo E embolou de vez! Na terceira e derradeira rodada da primeira fase, o Brasil enfrentará a Sérvia, enquanto a Suíça enfrenta a já eliminada Costa Rica. Brasil e Suíça têm 4 pontos e lideram o grupo, portanto dependem apenas de si mesmas para se classificar. A Sérvia segue em terceiro com 3 pontos. Se vencer o Brasil, os sérvios se classificam sem se preocupar com o resultado da outra partida. Em caso de empate, precisam rezar para os costa-riquenhos surpreenderem os suíços com uma improvável vitória. Para o Brasil, um empate é suficiente para a classificação, mas não para garantir o primeiro lugar do grupo. Os times voltam a campo na próxima quarta-feira, 27/06, às 15hs.

Mais sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia no Lateral Esquerda: http://esquerdaonline.com.br/a-lateral-esquerda