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Campanha contra venda da Embraer tem protesto e ganha apoio de sindicatos

 Da Redação, de São José dos Campos, SP

A campanha “A Embraer é nossa! Não à venda para a Boeing” deu mais um passo esta semana, com a adesão de importantes sindicatos, confederações e do movimento Brasil Metalúrgico. Um protesto em São José dos Campos, nesta terça-feira (15), reuniu entidades ligadas à CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, CTB e Intersindical e exigiu que o presidente Michel Temer (MDB) use o poder de veto para barrar a transação.

Os sindicatos denunciam que a venda da Embraer promoverá a transferência da produção de aeronaves e de tecnologia para outros países, provocando demissões em massa no Brasil e o enfraquecimento da soberania nacional.

Presente no ato, o deputado federal Carlos Zarattini (PT) – que é membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e o principal articulador na Câmara contra a venda – classificou a operação como desastrosa para o país.

“Essa venda é criminosa e vai obrigar o fechamento de fábricas, desemprego de milhares de pessoas e entrega para os americanos de todo conhecimento e acúmulo tecnológico e científico brasileiro no setor”.

O deputado também lembrou que, além da fabricação de jatos, a Embraer é responsável pelo desenvolvimento de projetos de ação militar, defesa e controle do espaço aéreo brasileiro e pelo laboratório de energia atômica Aramar, em Iperó (SP). “Portanto, vender a Embraer significa colocar em risco a segurança do país e de nosso povo”, finalizou.

Defesa dos empregos
O protesto também cobrou do governador licenciado do Estado e pré-candidato à República, Geraldo Alckmin (PSDB), a defesa dos empregos na Embraer. Com fábricas em São José dos Campos, Taubaté, Botucatu e Gavião Peixoto, a Embraer emprega no país 17 mil trabalhadores diretos e milhares de indiretos.

Os manifestantes criticaram a postura de Alckmin que, ao não se posicionar contra a venda, está condenando municípios e trabalhadores de várias cidades do estado.

Usando com referência o sistema bancário, o presidente da FEM/CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos do Estado de São Paulo), Luiz Carlos da Silva Dias, lembrou que o Brasil tem um longo histórico negativo de fusão de empresas nacionais com grandes companhias internacionais.

“A primeira coisa que uma grande empresa estrangeira faz ao comprar uma nacional é ver quantas unidades vão fechar e quantos trabalhadores serão demitidos. Não podemos ter ilusão de que a Boeing vai comprar a Embraer e continuar produzindo os aviões no Brasil para depois exportando para os Estados Unidos”, afirmou.

Ataques às estatais
Para a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e militante do PSOL Marina de Arantes, a venda da Embraer é parte da política do governo golpista de Temer, que visa entregar o patrimônio público e as empresas nacionais ao capital internacional. Fazem parte deste processo o desmonte do Sistema Petrobras e a proposta de privatização da Eletrobras.

“É fundamental a unificação dos metalúrgicos, petroleiros e todos os servidores federais que estão em luta na defesa do patrimônio nacional. Não podemos deixar que Temer entregue de bandeja às empresas estrangeiras nossas riquezas e soberania nacional”, afirmou Marina.

Crédito das fotos: Divulgação SindMetalSJC