“Agora você vai aprender a gostar de homem”

Por Sonara Costa, de Niterói (RJ)

Era uma noite comum na quinta feira (25/04), na Cantareira – praça com vários bares, em frente a Universidade Federal Fluminense, onde se reúne a juventude de Niterói -RJ. Dois rapazes convidaram uma garota para tomar uma cerveja com eles, um deles insiste em ficar com ela, a garota diz ser lésbica e que está interessada em outra mulher do bar, continuam conversando, depois de um tempo ela se dirige à outra garota e se despede dos rapazes. Pronto! Por essa razão uma estudante de 22 anos foi perseguida e estuprada as 22h daquela mesma noite, e enquanto era violentada a mulher ouviu de seu agressor a infame frase “agora você vai aprender a gostar de homem”.

Estupro Corretivo

A cada 10 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, em Niterói foram 138 casos só no ano passado. O estupro corretivo é um crime de ódio que costuma ser extremamente violento, ao associar machismo e LBTfobia tem o objetivo de enquadrar a orientação sexual da vítima segundo um modelo tido como “normal”. É comum a invisibilização dessas vítimas, uma vez que não há estatísticas ou políticas específicas de combate a violência contra a população LBT. Abandonadas a própria sorte a comunidade LBT é condenada a marginalidade, se tornando alvo do crescimento alarmante de sites que incitam, ensinam, e orientam a prática desse crime próximo às Universidade.

Sara Winter e o anti-feminismo

O estupro corretivo nos arredores da Universidade ocorreu na mesma semana da visita de Sara Winter à UFF. Conhecida por seu discurso antifeminista, apoiadora de Bolsonaro, veio a Niterói sobre o pretexto de falar sobre o papel da mulher. No entanto, sua comitiva intimidou a comunidade acadêmica, fez ameaças e foi flagrada portando armas brancas. Em vídeos* na internet – postado pela própria – é possível ver spray’s de pimenta.

A urgência da luta anti-fascista

A ultra-direita e seu discurso de ódio contra a esquerda e aos oprimidos prega a intolerância e o uso de violência física contra todos que considera uma ameaça. A agenda de ataques aos direitos democráticos, a apologia da violência, a defesa da intervenção militar e da ditadura militar fortalecem a escória que encontra justificação para cometer seus crimes. É preciso organizar atos e comitês para ações comuns pela defesa de direitos sociais, econômicos e democráticos, contra o avanço do neofascismo. Nenhuma Liberdade aos inimigos da Liberdade!

DESMASCARANDO SARA WINTER!

NOTA DE REPÚDIO ÀS FALSAS ACUSAÇÕES DE SARA WINTEROntem, no dia 27/04/2018, a militante antifeminista Sara Winter esteve presente na Universidade Federal Fluminense com intuito inicial de debater, junto ao MCU (Movimento Cristão Universitário) o "Feminismo e o design de Deus para a mulher" – um claro ato de violência simbólica sobre o direito à liberdade das mulheres na sociedade atual.Devido aos recentes ataques de Sara Winter e seus seguranças à UERJ (onde estudantes foram ameaçados e informes do movimento estudantil arrancados), alunxs do ICHF – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia — na intenção de manter a integridade de seus estudantes e espaço acadêmico, organizaram um Piquete Cultural-Combativo com a proposta de debater o "Avanço do conservadorismo e o combate às opressões", interditando assim o Bloco P.Logo após iniciarmos o debate, Sara e seus seguranças aproximaram-se, portando armas como cassetetes e spray de pimentas, que são proibidas dentro da Universidade. Com a resistência estudantil gritando palavras de ordem antifascistas e sem poder realizar sua palestra de cunho autoritário, Sara Winter dirigiu-se ao Bloco O, onde no térreo do prédio seus seguranças e apoiadores agrediram um estudante e funcionário fazendo uso do spray e mobilizando todxs alunxs para porta de nosso bloco vizinho. A segurança da UFF rapidamente tratou de impedir que os alunos entrassem, e Sara pôde subir de elevador acompanhada de Lucas Muzitano, que filmava toda a situação como podemos conferir no seguinte vídeo: (https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1969912373019617&id=100000026205236)Após isso Winter e seu grupo, de dentro do prédio, começaram a fazer transmissões ao vivo, alegando que os estudantes estavam quebrando toda universidade e mantendo todos do prédio em cárcere privado.A fim de apresentar nossa narrativa acerca do evento compilamos uma série de provas que desmontam a versão falaciosa de Sara Winter.Nós, estudantes do ICHF, não iremos tolerar mentiras e discursos de ódio, propagados por pessoas como Sara Winter. Reafirmamos nosso compromisso na defesa dos explorados e oprimidos da classe trabalhadora. FASCISTAS NÃO PASSARÃO!#MentiraNaoEhDeDeus #SaraWinterNaoEhRefemAssinam:DACS – Diretório Acadêmico Raimundo Soares de Ciências SociaisDASAN – Diretório Acadêmico Abdias do Nascimento de SociologiaCALUFF – Centro Acadêmico de LetrasCASViM – Centro Acadêmico de Relações InternacionaisDATUR – Diretório Acadêmico de Turismo Thomas CookDATER – Diretório Acadêmico Telma Regina de Geografia CAHIS – Centro Acadêmico de História DCE Livre UFSCarCentro Acadêmico de Filosofia – CAFIL UFFCentro Acadêmico do Instituto de Química Erick Pereira Libório – CAIQ UFRJColetivo A Fala É Delas – Engenharia e Desenho Industrial UFF – AFEDColetivo LGBTQI+ – UFF Movimento de Mulheres Olga BenárioDAPsi – Diretório Acadêmico de Psicologia UFFCAARQ UERJ – Centro Acadêmico de ArqueologiaPedimos que outros DA’s e CA’s que queiram assinar a nota entrem em contato com a página.

Posted by Diretório Acadêmico Raimundo Soares on Saturday, April 28, 2018