Sete militantes da Corrente Marxista Internacional (www.marxist.com) estão desaparecidos desde ontem (22/04/2018) no Paquistão. Eles participavam de um ato público protestando pelos mais de 32 mil Pashtun desaparecidos sob o atual regime no país quando, aparentemente, foram sequestrados pelo Exército paquistanês e/ou pelos Rangers Sindh (um departamento estatal paramilitar dedicado a assassinatos extrajudiciais). Até agora não sabemos do paradeiro deles. É provável que neste momento estejam sendo torturados nos porões da ditadura paquistanesa e que em breve se somem aos milhares de desaparecidos. Em dezenas de países, estamos pressionando as autoridades paquistanesas para que devolvam esses camaradas com vida! Por favor, pedimos a todos que defendem aqui no Brasil as liberdades democráticas contra os ataques do Estado brasileiro e de seus governantes, a prestar sua solidariedade internacional, compreendendo que a luta dos trabalhadores no Paquistão e em qualquer país do mundo é também a nossa luta. Por favor, enviem mensagens à embaixada paquistanesa em Brasília! A vida desses militantes depende disso. As próximas horas são cruciais. Mais informações e orientações no link abaixo
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Paquistão: seis camaradas presos pelo exército!
[Atualização 23/04/18: Após a publicação deste artigo, chegou ao nosso conhecimento o desaparecimento de outro marxista no Paquistão, o camarada Bilawal Baloch, de Quetta (Saiba mais). Suspeita-se que ele também tenha sido sequestrado pelo Exército e pelos Rangers Sindh. Assim agora já chega a sete o número de camaradas presos ou desaparecidos.]
Seis camaradas da Corrente Marxista Internacional (CMI) foram presos neste domingo (22/4) em Karachi pelo Exército e pelos Rangers Sindh, um infame departamento estatal paramilitar destinado a assassinatos extrajudiciais. Necessitamos levar isto aos movimentos dos trabalhadores e dos estudantes de todo o mundo. Necessitamos de mensagens de protesto e de solidariedade. Agora!
Os camaradas foram presos porque se juntaram ao ato de solidariedade do Pashtun Tahafuz Movement (Movimento de Proteção Pashtun, PTM) em frente ao clube Karachi Press, hoje. O camarada Karim Parhar, de Qetta, e o Dr. Aftab Ashraf, de Lahore, também se dirigiram aos manifestantes e explicaram o papel reacionário e brutal do Estado paquistanês. Outros camaradas levantavam palavras de ordem em solidariedade ao PTM e condenando as atrocidades do Estado paquistanês contra os Pashtuns nas áreas tribais e em todo o país.
O protesto em Karachi estava sendo organizado e convocado pela liderança do PTM, uma vez que lhes foi negado o direito de realizar uma ato pacífica em Lahore hoje. Alguns líderes do PTM foram presos em Lahore na noite anterior ao ato e o local do evento foi inundado com águas de esgoto. Mais tarde, os líderes do PTM presos em Lahore foram libertados sob a pressão do movimento, mas a liderança pediu aos seus membros e simpatizantes para realizar protestos em todas as cidades do país.
No protesto em Karachi, os camaradas da CMI estavam oferecendo total solidariedade e apoio ao PTM contra esta opressão brutal.
O PTM está promovendo uma Longa Marcha no Paquistão em que realizam reuniões públicas em muitas cidades do país. Em 8 de abril, foi realizada um ato em Peshawar da qual participaram mais de 150.000 pessoas. Nesse ato, a liderança anunciou seu próximo comício em Lahore em 22 de abril. As autoridades estatais fizeram de tudo para impedir que esse ato acontecesse. Foram feitas chamadas telefônicas ameaçadoras aos organizadores e a todas as pessoas que tentavam expressar solidariedade a este movimento. A manifestação de Lahore foi um enorme passo à frente para o movimento porque até agora ele se encontrava restrito apenas às áreas Pashtun. No entanto, esse ato poderia servir para se espalhar a outras áreas do país e pessoas de outras nacionalidades poderiam se juntar a ela para compartilhar suas queixas contra o Estado.
Contra todas as probabilidades, o ato foi realizada com êxito hoje, com a participação de milhares de pessoas, não somente de Lahore, como também de outras cidades do Punjab. A liderança do movimento mais uma vez explicou os incidentes ocorridos nas áreas tribais na última década em que pessoas inocentes foram assassinadas em nome das operações do exército, enquanto o Talibã e outros fundamentalistas islâmicos eram apoiados pelo Estado. Também foi revelado que cerca de 4.000 pessoas inocentes foram vendidas aos estadunidenses como “terroristas”. Quando suas famílias tentaram encontrá-las através de canais legais e oficiais, foram perseguidas e ameaçadas de consequências severas. O PTM está exigindo a libertação de 32.000 “pessoas desaparecidas”, sequestradas pelo exército paquistanês.
A CMI paquistanesa e os camaradas de Progressive Youth Alliance (Aliança Progressista da Juventude, PYA, em suas siglas em inglês) apoiaram desde o início esse movimento, que vêm tentando espalhar sua voz às demais áreas do país. A PYA convidou o líder do PTM, Manzoor Pashteen, à Faisalabad, em 15 de abril, para que os estudantes e os trabalhadores de Faisalabad pudessem lhe oferecer solidariedade. Mas as autoridades estatais cancelaram a reserva do Salão do Clube da Imprensa de Faisalabad e ameaçaram os organizadores através de chamadas telefônicas. Os camaradas da PYA então arranjaram um novo Salão na Associação dos Advogados, mas este também foi cancelado na última hora sob imensa pressão do Exército Paquistanês. A administração da Universidade também forçou os estudantes que organizaram este evento a cancelá-lo, caso contrário, seriam suspensos da universidade. Os estudantes também foram ameaçados de que se tornariam “pessoas desaparecidas” se não deixassem de apoiar o PTM. Nesse momento, a liderança do PTM decidiu cancelar o evento e se focar nas preparações do ato de Lahore em 22 de abril.
Em um incidente separado, camaradas da PYA em Multan também foram ameaçados pelas agências secretas do Paquistão e foram interrogados durante três horas. Também lhes pediram para cancelar o evento de 13 de abril no qual se assinalaria o terceiro aniversário da morte de Mashal Khan. Nesse ato, eles também iriam oferecer apoio ao PTM. Mais tarde, os camaradas transformaram esse ato em um protesto e o realizaram em frente ao Clube da Imprensa de Multan.
Mais tarde, as agências secretas abordaram e interrogaram por mais de uma hora um camarada da liderança da CMI Paquistão, o camarada Aftab Ashraf. Pediram-lhe para deter suas atividades revolucionárias.
Apesar de todas as ameaças e intimidações, uma grande delegação de camaradas da CMI participou no ato do PTM em Lahore e levantou palavras de ordem revolucionárias. Também portavam cartazes oferecendo solidariedade às exigências do PTM e prometeram levá-las aos trabalhadores e estudantes de Lahore.
Os camaradas da CMI também estiveram presentes aos atos de solidariedade em Karachi, Qetta e outras cidades do país.
Em Karachi, os camaradas foram seguidos por agentes dos serviços secretos depois do protesto e presos sob a aparatosa presença de pessoal armado e do esquadrão de desativação de bombas. Embora a operação de detenção fosse comandada pelos Rangers (um grupo paramilitar), havia pessoal do exército presente para orientar a operação.
Até agora, os presos são os seguintes:
1. Karim Parhar, dirigente do PTM e RWF Qetta
2. Attaullah Afridi, organizador do PYA em Karachi
3. Aftab Ashraf, organizador central de RWF
4. Umer Riaz, organizador de PYA em Islamabad
5. Zain ul Abideen, organizador central de PYA
6. Gulbaz, organizador de RWF da Cachemira
7. Bilawal Baloch, de Quetta, dirigente da Aliança Progressista da Juventude
(PYA, em suas siglas em inglês) no Balochistão, como vice-secretário geral,
Até agora ninguém foi informado sobre o paradeiro deles e nenhum caso foi registrado contra eles. Esta é a prática usual da polícia e do exército no Paquistão contra a qual um enorme movimento das massas emergiu no Paquistão. As autoridades estatais estão fazendo o possível para esmagar este movimento e afogá-lo em sangue. A corrupta mídia do Paquistão até agora boicotou este enorme movimento e está vomitando um ódio venenoso contra ele. Todos os partidos políticos no parlamento também são cúmplices neste crime e apoiam o brutal aparato do estado na arena política.
Rao Anwar, o policial que assassinou Naqibullah Mehsud, e cujo assassinato deu início a este movimento, até agora recebeu um protocolo real da Suprema Corte do Paquistão e de todas as demais autoridades estatais. Zardari, ex-presidente do Paquistão e líder do PPP, chamou Rao Anwar de “menino corajoso” em uma entrevista na TV depois do assassinato.
Os trabalhadores e camponeses do Paquistão, junto aos estudantes revolucionários, não têm amigos nas lideranças desses partidos, enquanto a brutalidade do Estado os esmaga com força total. Somente podem apelar aos seus irmãos e irmãs de todo o mundo para oferecer solidariedade a eles nesta hora crítica.
Exigimos a libertação imediata de nossos seis camaradas da CMI sequestrados pelo exército paquistanês. Seu único crime foi o de ter expressado seus pontos de vista sobre o Estado paquistanês e de apoiar o PTM na frente do Clube da Imprensa de Karachi hoje.
Também exigimos que as demandas do PTM sejam aceitas imediatamente e que o Estado dê um fim às suas atrocidades nas áreas tribais e que pare de apoiar o fundamentalismo islâmico.
Também condenados as intervenções imperialistas no Paquistão que criaram esses monstros e apoiaram o brutal Estado paquistanês.
Nossa única força é a solidariedade. Prometemos continuar lutando até a vitória final. Nosso objetivo final é remover este podre sistema capitalista através de uma transformação socialista da sociedade!
Longa Vida à CMI!
Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!
Lal Salaam!
Por favor, leve este caso ao seu sindicato, partido, sindicato estudantil e grupos e envie mensagens de protesto:
Para:
Gabinete do Primeiro-Ministro, Shahid Khaqan Abbasi: [email protected]
Embaixada do Paquistão em Brasília: [email protected], [email protected]
Consulado do Paquistão no Rio de Janeiro: [email protected]
Consulado do Paquistão em São Paulo: [email protected]
Com cópias para: [email protected], [email protected], [email protected]
Abaixo um modelo de moção a ser usada no envio de mensagens:
Ao Embaixador do Paquistão no Brasil
Ao Primeiro-Ministro, Shahid Khaqan Abbasi, ao escritório do primeiro-ministro Islamabad
Vimos, por meio desta, solicitar a aparição com vida e a libertação dos seguintes ativistas presos pelo Paquistão. Todos tem direito a livre manifestação e não devem ser presos ou mortos por isso.
1. Karim Parhar, dirigente do PTM e RWF Qetta
2. Attaullah Afridi, organizador do PYA em Karachi
3. Aftab Ashraf, organizador central de RWF
4. Umer Riaz, organizador de PYA em Islamabad
5. Zain ul Abideen, organizador central de PYA
6. Gulbaz, organizador de RWF da Cachemira
7. Bilawal Baloch, de Quetta, dirigente da Aliança Progressista da Juventude
(PYA, em suas siglas em inglês) no Balochistão, como vice-secretário geral,
To the Ambassador of Pakistan in Brazil
Prime Minister Shahid Khaqan Abbasi at the office of Prime Minister Islamabad
We have seen, through it, to call for the appearance and freedon of the following activists imprisoned by Pakistan. Everyone has the right to free expression and must not be arrested or killed for it.
1. Karim Parhar, head of PTM and RWF Qetta
2. Attaullah Afridi, organizer of PYA in Karachi
3. Aftab Ashraf, RWF central organizer
4. Umer Riaz, organizer of PYA in Islamabad
5. Zain ul Abideen, central organizer of PYA
6. Gulbaz, organizer of RWF of Kashmir
7. Bilawal Baloch of Quetta, leader of the Progressive Youth Alliance
(PYA) in Balochistan, as Deputy Secretary-General,
Atenciosamente
(nome e assinatura)
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