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Privatizar a Eletrobras é um crime contra o Brasil

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Quadrilha do MDB quer, mais uma vez, entregar o patrimônio público

Por: André Freire, colunista do Esquerda Online

Em um vídeo ridículo de 18 segundos, publicado nas redes sociais, o presidente ilegítimo Michel Temer assinou decreto que inclui a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização. O decreto ainda deverá passar por aprovação no Congresso Nacional, onde já funciona uma comissão que discute mais essa privatização de um setor estratégico da nossa economia.

A intensificação da política de privatizações é uma das principais medidas desse governo entreguista. Infelizmente, os governos do PT não interromperam as privatizações, sobretudo seguiram realizando – e até ampliaram – os leilões das reservas de petróleo e do pré-sal. Após o golpe parlamentar, o que vemos é uma política radicalmente privatista do atual governo.

As privatizações de empresas estratégicas do setor energético afetam profundamente a nossa economia e a soberania nacional.

O último apagão demonstra mais uma vez que a privatização está longe de ser um sinônimo de eficiência. A pane foi gerada por má operação de empresas privadas que já estão dominando o setor.

Vender a Eletrobrás acabará trazendo prejuízos incalculáveis à economia nacional e à maioria da população. A privatização da área de transmissão de energia gerou também um processo de aumento astronômico nas tarifas, o que poderá piorar ainda mais com a privatização da Eletrobras.

Como sempre nas privatizações, perde o Brasil e o povo brasileiro.

Moreira: a raposa tomando conta do galinheiro
Temer vai dar mais uma demonstração inequívoca de que seu governo ilegítimo representa um grande perigo contra o nosso país. A assinatura desse decreto, que abre oficialmente o processo de privatização da Eletrobras, acontece na mesma semana que Moreira Franco assumiu o ministério de Minas e Energia.

Moreira é um conhecido entreguista. Sempre foi um dos articuladores da politica de privatização na era tucana de FHC e nos governos estaduais da velha direita, no Rio de Janeiro. Está acusado de corrupção em vários processos ilícitos, inclusive por receber propinas da Odebrecht.

Colocar na mão de Moreira Franco a privatização de uma importante estatal como a Eletrobrás revela-se um completo absurdo. Por isso mesmo, a bancada de deputados dederais do PSOL acabou de entrar com uma Ação Popular contra a presença de Moreira no Ministério que está responsável pela política de privatização do setor energético brasileiro, fato que coloca em grave risco à moralidade pública.

Organizar a resistência
No último dia 16 de abril, os trabalhadores do setor elétrico já realizaram um dia nacional de luta e paralisações, segundo a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), com forte adesão da categoria.

A mobilização dos urbanitários é um primeiro passo muito importante, mas precisa ser ampliado. Barrar a privatização da Eletrobras tem que ser uma luta de todo o povo brasileiro e deve ser assumida por todas as entidades e movimentos da classe trabalhadora.

As centrais sindicais, os partidos de esquerda, os movimentos sociais combativos devem realizar uma campanha unificada contra a privatização da Eletrobras.

A síntese programática da ‘Plataforma Vamos’, referência para a discussão do programa da campanha presidencial de Guilherme Boulos e Sonia Guajajara (MTST-PSOL-PCB), já tem um compromisso firmado: acabar com as privatizações e rever as realizadas anteriormente, principalmente em setores estratégicos para a economia nacional, como o setor energético brasileiro.

Foto: EBC