Por: PSOL Nacional
Durante reunião realizada no último domingo (08), a Executiva Nacional do PSOL aprovou uma resolução política em que reforça o compromisso do partido de seguir no enfrentamento contra o avanço das forças autoritárias, cobra a elucidação do assassinato brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e reafirma a posição contrária à prisão do ex-presidente Lula.
Para derrotar a escalada conservadora e a criminalização dos movimentos sociais e garantir o aprofundamento da democracia, o PSOL, no documento, chama os demais partidos de esquerda e os diversos movimentos sociais a se empenharem na construção da frente democrática. Além disso, destaca a urgência de colocar na rua a campanha da pré-candidatura de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, consolidando a aliança política do PSOL com os movimentos sociais e com o PCB.
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A reunião de Executiva aconteceu um dia após a prisão de Lula, decretada pelo juiz Sérgio Moro. Dirigentes nacionais do partido, entre os quais o presidente Juliano Medeiros, os deputados Ivan Valente (SP) e Glauber Braga (RJ) e a deputada Luiza Erundina, além do pré-candidato Guilherme Boulos, estiveram em São Bernardo do Campo na quinta, sexta e no sábado prestando solidariedade a Lula e denunciando o que está por trás de sua prisão.
“A prisão de Lula no último dia 7 de abril, precedida da estapafúrdia decisão do STF de negar-lhe o Habeas Corpus, sinalizou um agravamento sem precedentes da crise institucional. Podemos dizer que a etapa política fundamental do golpe foi consolidada e encerra o pacto da Nova República, abrindo um período histórico de intensa disputa e polarização pelos rumos do país. Não custa lembrar que, embora os acontecimentos da última semana sucederam-se abruptamente, nas vésperas do julgamento do habeas corpus, as declarações do general Villas Bôas, chantageando com a possibilidade de intervenção militar (declarações referendadas pela cúpula do Exército), contribuíram para a estapafúrdia decisão da acovardada maioria do STF em rechaçar o habeas corpus, após uma condenação sem provas”, avalia o partido, destacando o seu entendimento de que trata-se de uma prisão de cunho político e autoritário.
Em relação à frente democrática, o PSOL destaca que não se trata de uma aliança eleitoral, mas sim uma articulação para derrotar a extrema-direita. “Não se trata de uma frente eleitoral, nem nos interessa uma frente marcada por atos de campanha com esse caráter. Trata-se de uma frente política e democrática para construir um amplo movimento de massas com o objetivo de derrotar a extrema-direita e suas ações e garantir a democracia. Constituir esta frente única não é opção: é uma necessidade, pois não se brinca com os métodos fascistas, não se negocia com a extrema-direita e suas manifestações autoritárias de toda ordem”, explica a Executiva, reafirmando, ainda, que “a constituição desta frente não esconde e nem elimina as diferenças entre seus componentes”.
Como tarefa imediata do PSOL para os próximos dias, a resolução destaca:
“a) Dar todo o peso possível nos atos do dia 14 de abril, quando se completa um mês da execução da companheira Marielle Franco, com o espírito da mais ampla unidade de ação e do acolhimento a todas as bandeiras democráticas de todos os setores que queiram atuar unificadamente na luta Marielle Vive;
b) Somar-se a todos os esforços e ações unitárias pela defesa da libertação de Lula: Lula Livre é também uma das bandeiras do PSOL nessa conjuntura;
c) Lançar uma frente democrática entre partidos, movimentos sociais e sociedade civil pela democracia, eleições livres contra a violência e a intolerância, contra a extrema direita, em defesa da soberania nacional e dos direitos sociais;
d) Colocar a campanha Boulos-Sônia na rua, consolidando a nossa aliança política com os movimentos sociais e o PCB, na luta em defesa da democracia e na construção de um programa para o Brasil que seja antisistêmico, anti-conservador, radical e popular”.
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