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Especiais
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Uma noite histórica

Ato unitário em defesa das liberdades democráticas. Foto Carol Burgos / Esquerda Online

Ato unitário em defesa das liberdades democráticas. Foto Carol Burgos / Esquerda Online

Ato unitário no Rio de Janeiro deu um grande passo para erguermos uma muralha contra a ultra-direita. E para o esquerdismo refletir

Gibran Jordão*, do Rio de Janeiro (RJ)

Nessa segunda feira, dia 02/04, na cidade do Rio de Janeiro, no apoteótico Circo Voador, foi realizado um ato nacional em defesa das liberdades democráticas e em memória de Marielle e Anderson.

Foi um ato unitário, que contou com a presença de vários partidos políticos e personalidades. Defendeu-se uma frente única contra o avanço do fascismo, que começa a abrir suas asas sobre o Brasil. Cada vez mais a ultra direita tem tido iniciativas violentas contra as organizações de esquerda. A execução de Marielle e Anderson, a chacina de jovens próximos da UJS no dia do aniversário de 96 anos do PCdoB e os tiros na caravana de Lula são alguns exemplos mais conhecidos das ações ousadas da barbárie organizada. Não é possível assistir mais tal violência sem dar uma resposta a altura. É pela vida e pelo futuro de toda militância de esquerda no País, desde os mais moderados até as organizações revolucionárias.

As hordas fascistas não agem somente para impor uma derrota política e material aos trabalhadores, agem para aniquilar fisicamente a militância, as figuras publicas e as direções das organizações de esquerda, e progressistas em geral, no qual julguem ser um obstáculo para os planos conjunturais e urgentes do capital em crise.

Olhando a situação política do Brasil, seria um exagero nesse momento propormos uma frente democrática contra o fascismo? Não se trata de nenhum capricho, nenhuma capitulação, é uma necessidade política de importantíssima urgência da classe trabalhadora nesse momento. E quem quiser defender o conjunto dos trabalhadores e ter força para isso precisa sem vacilos ajudar a erguer uma Frente Única em defesa das liberdades democráticas. Só assim a palavra de ordem “Não Passarão!” terá sentido concreto. Só assim vamos fazer tremer e recuar as forças obscuras que estão atuando no País e alcançando audiência de massas através da candidatura de Bolsonaro.

Há ainda organizações de esquerda que caracterizam que não há uma escalada da ultra-direita no País. Defendem que não há uma necessidade de lutar em frente única contra o fascismo e abrem fogo contra o ato do Circo Voador, tentando caracterizá-lo como uma farsa a serviço de um projeto eleitoral. Trata-se de uma posição ultra-esquerdista, irresponsável com a segurança de suas próprias organizações e da sua militância de base. As organizações de esquerda que atacam ferozmente o ato unitário do Circo Voador estão sendo conseqüentes com uma caracterização errada, que avalia que estamos em uma situação de ofensiva da classe trabalhadora. Estamos perdendo direitos, salários e a agora a própria vida. O que falta acontecer para entenderem que estamos numa situação defensiva?

Por último e para reflexão, deixo alguns trechos do mestre Nahuel Moreno em discurso pronunciado no ato de denúncia do massacre de Pacheco, na Argentina. Em 29 de maio de 1974, quinze bandidos armados invadiram uma sede do PST (Partido Socialista de los Trabajadores) e levaram seis militantes. Três deles – Oscar Dalmacio Meza, Mario Zida e Antonio Moses – foram assassinados.

“…En tercer lugar, compañeros, quiero agradecer en forma fraterna a todos los partidos y organizaciones que han aportado su solidaridad y especialmente a todos los partidos y organizaciones que se hicieron presentes aquí con su movilización. En este agradecimiento sabemos distinguir con todo cuidado las tendencias socialistas, las de nuestros hermanos en el objetivo final y aquellas otras tendencias que no coinciden con nuestro objetivo final pero sin embargo, están unidas a nosotros contra el monstruo y el peligro fascistas. Con todo respeto les decimos que han dado un alto ejemplo de unidad de acción aquellas corrientes humanistas, democráticas o liberales que igual se hicieron presentes aquí para saludarnos y dejaron de lado las profundas diferencias ideológicas que podamos tener con ellas. Estos dos hechos nos deben llevar a la reflexión…

…Frente a este peligro, frente a esta escalada que viene de largo tiempo atrás, hoy estamos acá gritando por la unidad de acción. A nuestro Partido le preocupa profundamente si esta unidad de acción es para acompañar los cortejos al cementerio o va a ser la unidad de acción en

la calle para derrotar y aplastar a la bestia fascista. No queremos la unidad de acción para acompañar nuestro cortejo. ¡La queremos para aplastar al fascismo y para hacer el desfile de la victoria! Nosotros consideramos indispensable esa unidad de acción frente a los enemigos fascistas. Pero no la queremos para dentro de diez o veinte años. Es verdad que el fascismo de Mussolini dominó durante veinte años y que el de Hitler se alargó durante diez; es verdad también que tuvo que ir a liberarlos el ejército de un país socialista. ¡Pero nosotros queremos impedir que el fascismo llegue y queremos impedirlo ahora! ¡No queremos celebrar su caída después de veinte años de error y retroceso!”

Leia o discurso completo (Izquierda.info):

*Gibran Jordão faz parte da direção da Fasubra e da Direção Nacional do MAIS

Foto: Carol Burgos / Esquerda Online