Greve adia votação da reforma da Previdência de Doria
Publicado em: 22 de março de 2018
Trabalhadores municipais de São Paulo continuam em greve pelo arquivamento do projeto. Nesta semana, receberam a solidariedade de mães e pais de alunos e do MTST
Shuellen Peixoto, de São Paulo (SP)
Professores e trabalhadores do município de São Paulo estão em greve desde o dia 08 de março contra a reforma da Previdência de João Doria. O projeto chamado SampaPrev é um grande ataque aos direitos dos trabalhadores do funcionalismo público da cidade. Entre outras medidas, ele prevê o aumento da contribuição previdenciária de 11%

para, no mínimo, 14%. Dependendo da faixa salarial, o servidor poderá perder até 19% de seu salário.
A resposta dos servidores públicos foi uma greve com grande adesão, que colocou milhares nas ruas para dizer não à retirada de direitos. Nesta semana, nem mesmo as fortes chuvas que caíram na cidade impediram que mais de 50 mil trabalhadores fossem à frente da Câmara Municipal de São Paulo para protestar. A manifestação foi uma resposta à truculência da Guarda Municipal da prefeitura que, na sessão da última quinta-feira, 15, agrediu os professores que protestavam na Câmara.
O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, porém ele ainda depende da aprovação dos pareceres das Comissões de Administração, de Saúde e de Finanças e Orçamento para ir à votação em plenário pelos vereadores.
SOLIDARIEDADE
Na terça-feira (20) pais e alunos de escolas municipais de São Paulo, em especial do ensino infantil, fizeram um protesto no Centro da capital paulista, em apoio à greve dos professores. O ato contou com muitas crianças e exigiu também mais escolas. “O Plano Municipal de Educação fala de redução de alunos por sala de aula. Não foi tomada nenhuma medida neste sentido. Tudo o que essa gestão fez foi tirar direitos das crianças e dos professores”, afirmou uma mãe, em depoimento para o vídeo abaixo. Os professores têm realizado reuniões nas escolas com as mães e pais, apresentando os motivos da greve e o impacto da reforma do prefeito.
As sessões extraordinárias das comissões da Câmara estavam convocadas para quarta-feira, 21, em dois horários, 00h05 e 10h, e ambas foram canceladas. Mas a qualquer momento o projeto pode entrar na pauta, por isso os trabalhadores municipais seguem sua greve e parte permanece acampada em frente à Câmara.
Na noite desta quarta (21), o acampamento recebeu a visita de centenas de ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que haviam realizado um protesto contra a retirada de mais de 900 linhas de ônibus na cidade e chegaram a ocupar a Secretaria de Transportes. No momento, estava sendo realizada uma aula pública, que fez com que o MBL (Movimento Brasil Livre) recuasse da ida até a Câmara, como havia anunciado. Silvia Ferraro, professora da rede municipal e militante do MAIS/PSOL, escreveu em uma rede social: “A galera do MTST veio até a aula pública prestar solidariedade aos professores! Vieram cantando: `O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!!`. Emocionamos!”
PRÓXIMAS ATIVIDADES
Nesta quinta-feira, 22, acontece uma nova assembleia unificada dos servidores, a partir das 13h, em frente à Prefeitura. Após a assembleia, os servidores saem em caminhada para novo ato na Câmara Municipal.
E na sexta-feira, 23, os trabalhadores municipais de São Paulo fazem um grande ato e assembleia geral, a partir das 13h também, no vão livre do MASP.
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