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MOVIMENTO

Cubatão: petroleiros enfrentam empreiteiras e exigem posição da Petrobrás

Paralisação na refinaria de Cubatão no dia 19 de fevereiro, Dia Nacional de Luta contra a reforma

Luta mostra importância da luta dos terceirizados e da unidade dos trabalhadores diretos e desempregados. No dia 19, todos os trabalhadores da refinaria realizaram uma paralisação de duas horas

Pedro Augusto Nascimento, de Mauá (SP)

Os petroleiros terceirizados que trabalham na Refinaria Presidente Bernardes – Cubatão (RPBC), da Petrobrás, estão sob a ameaça de sofrerem uma drástica redução de salário e direitos. Isso se deve ao fim do contrato de diversas empreiteiras que atuam na refinaria, situação que também ocorre em outras unidades da Petrobrás.

Essa é uma das principais sequelas da terceirização, que no ano passado passou a ser irrestrita, após mudança na legislação trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional. As empreiteiras se aproveitam do término do contrato com as empresas contratantes para submeter os trabalhadores à chantagem, de terem que aceitar a redução salarial para não perderam o emprego. Ao mesmo tempo, a direção da Petrobrás se aproveita dessa mesma situação para reduzir ainda a mais o valor da mão de obra, enquanto envia esse excedente de lucro para as grandes multinacionais do petróleo e importadoras de combustíveis.

Unidade dos trabalhadores pode impedir perda de direitos
A novidade é que, em Cubatão, uma frente formada pelos sindicatos de Metalúrgicos, Construção Civil, Petroleiros e a Comissão de Desempregados de Cubatão está unificando o conjunto dos trabalhadores na luta em defesa dos trabalhadores terceirizados.

Segundo informações de Fábio Mello, diretor do Sindipetro Litoral Paulista, os sindicatos estão aguardando a resposta da gerência de contratação da Petrobrás, a fim de se organizar uma mesa de negociação com as empresas contratadas. O objetivo é discutir salários, contratação de mão de obra local e contratação de mão de obra feminina. Ainda segundo relato de Fábio Mello, no último dia 05 de fevereiro foi enviado um ofício da Petrobrás negando o pedido dos sindicatos de realizar essa reunião.

Já no dia 19 de fevereiro, todos os trabalhadores da refinaria, tanto diretos quanto terceirizados, realizaram uma paralisação de duas horas. Os representantes dos sindicatos prometem intensificar as mobilizações caso a Petrobrás não assuma a sua responsabilidade, indicando greve, se for necessário.

Essa luta deve servir de exemplo de como os trabalhadores em todo o país devem se unir para defender os empregos, enfrentar a reforma trabalhista e o aumento da precarização gerada pela lei que tornou a terceirização irrestrita.

Tudo indica que o governo Temer também seguirá desferido ataques aos trabalhadores, como nesse momento em que decreta intervenção militar no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que bate recordes de cortes de orçamento nas áreas sociais e tem um governo afundado em corrupção.

Será necessária a mais ampla unificação das lutas por emprego, direitos e em defesa das liberdades democráticas.

O 8 de Março, Dia Internacional da Luta das Mulheres, será um forte dia de luta, que deve unificar a luta contra as opressões com a defesa dos direitos, que são retirados, em primeiro lugar, dos negros e negras desse país. Não por coincidência, esses setores formam a grande maioria entre os trabalhadores terceirizados que nesse momento apontam o caminho da resistência.

Não custa repetir o lema entoado hoje em Cubatão: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!