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8 de Março: Dia de ir às ruas unidas contra a intervenção militar e a violência à mulher

Editorial do Esquerda Online

O ano passado foi marcado por muitos ataques às nossas vidas: a reforma trabalhista, o corte nas verbas dos serviços públicos, principalmente das creches e dos programas de combate à violência contra a mulher. Até o direito de interrompermos uma gravidez em caso de estupro, através da PEC 181, foi pauta do Congresso Nacional.

Ao mesmo tempo, estamos resistindo e mostrando que não vai ser fácil para o governo golpista fazer tudo o que quer.
Em 2017, o 8M foi marcado por uma greve internacional de mulheres e grandes atos unitários no Brasil, que foram a centelha para uma grande mobilização nacional que conseguiu adiar a votação da reforma e impor uma derrota importante nos planos de Temer e do Congresso. No segundo semestre, fomos às ruas para derrotar a PEC 181, exigindo a sua retirada.

Esse ano não pode ser diferente. As mulheres das comunidades cariocas, principalmente as negras, estão sob a mira de fuzis e sendo fichadas. As mochilas de seus filhos são reviradas e suas casas invadidas em nome da farsa chamada guerra às drogas e criminalidade. A violência é filha da desigualdade social. Enquanto os governos estiverem lá agindo em nome das empresas e bancos, uma pequena minoria seguirá vivendo com padrões inimagináveis, enquanto a crise social aumenta junto com o desemprego e a destruição total do que resta do serviço público de saúde, educação e assistência.

A criminalização da pobreza e o extermínio da população negra têm acertado em cheio as mulheres negras. Uma jovem negra tem duas vezes mais chances de morrer que uma jovem branca no Brasil. O encarceramento em massa das mulheres por crimes de tráfico de drogas subiu 680% nos últimos 16 anos. Já temos a quarta maior população carcerária do mundo e 68% dessas mulheres são negras.

A Lei Antidrogas, aprovada ainda nos governos do PT, levou a superlotação dos presídios de mulheres enquanto os grandes empresários do tráfico seguem soltos com coberturas e helicópteros. Por isso, é tarefa urgente do feminismo abraçar a luta contra o extermínio da população negra, o encarceramento em massa e pela legalização das drogas.

Em defesa de atos unitários no 8 de Março
É tarefa das mulheres que lutam concentrar todos os seus esforços neste 8M para realizar grandes atos massivos e unitários contra o governo golpista de Temer que cortou 70% do Orçamento para o combate à violência contra a mulher, gastando o dobro desta verba para fazer propaganda da reforma da Previdência. Que cortou 90% da verba federal que iam para os municípios investirem em creches, reduzindo de R$ 600 milhões a R$ 6 milhões em 2018.

É tarefa das mulheres que lutam não menosprezar a importância das liberdades democráticas, ainda mais diante de um cenário de intervenção militar, de judicialização da política, de criminalização dos movimentos sociais, sindicatos e da esquerda e com a extrema-direita assumindo peso de massas e divulgando abertamente suas ideias. A luta pelas liberdades democráticas passa também por defender o direito de que Lula possa se candidatar. Passa por denunciar a condenação feita sem provas e de forma seletiva, movida por interesses eleitorais, da mesma forma que a intervenção no Rio de Janeiro.

É preciso a mais ampla unidade para lutar contra a intervenção militar, gritar que a vida das mulheres negras e da periferia importam e defender as liberdades democráticas. Ao mesmo tempo em que lutaremos juntas por todas estas bandeiras, não podemos esquecer que os governos petistas governaram junto com os ricos, banqueiros e grandes empresários, inclusive os que vieram a aplicar o golpe parlamentar. Defender no 8M o direito de Lula ser candidato não significa apoiar a sua candidatura ou projeto político.

Ao contrário, nas ruas, as mulheres que lutam devem estar na linha de frente para desenvolver uma alternativa política a esse projeto, apostando na reorganização da esquerda. Não queremos alianças com aqueles que negam nosso acesso aos serviços públicos, que retiram nosso direito à maternidade e nos criminalizar quando optamos por abortar, e que promovem o aumento do feminicídio. Neste 8M somos por uma aliança entre as mulheres trabalhadoras, sem teto, do campo, das comunidades e jovens, somos por uma aliança de mulheres sem medo de lutar.

 

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