Pular para o conteúdo
EDITORIAL

‘Esse preconceito vai até onde?’, questiona atleta Rafaela Silva, vítima de abordagem policial no Rio

Da Redação

As abordagens seletivas e racistas da polícia do Rio de Janeiro tiveram alvo conhecido esta semana. A atleta olímpica de Judô Rafaela Silva denunciou, em relato nas redes sociais, nesta quinta-feira (22), ter sido abordada por policiais na Avenida Brasil, uma das principais vias cariocas, quando tentava chegar em casa em um táxi. Os agentes só a liberaram depois de reconhecê-la. Antes, em atitude claramente preconceituosa, um policial teria questionado ao taxista onde teria buscado a passageira. Após a resposta, soltou: “Ah, tá! Achei que tinha pego na favela”.

Em sua conta no Twitter, Rafaela contou como foi a abordagem. “Chegando hoje no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa. No meio da Av. Brasil, um carro da polícia passar ao lado do táxi onde estava e os policiais não estarem com uma cara muita simpática, até então ok”, contou. De acordo com Rafaela, ela teria permanecido como estava até que os policiais iniciaram a ação. “Continuei mexendo no meu celular e sentada no táxi, daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro”, completou.

De acordo com o relato da atleta, o alvo dos policiais era ela. “Quando o taxista encostou, eles chamaram ele para um canto, quando olhei na janela outro policial armado mandando eu sair de dentro do carro, levantei e saí, quando cheguei na calçada ele olhou para minha cara e falou, trabalha onde?”, relatou Silva. Nesse momento, Rafaela teria respondido ao policial que era atleta. “Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou: você é aquela atleta da olimpíada, né? Eu disse: Sim, e ele perguntou: mora onde? Eu falei: em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa. Na mesma hora, o policial baixou a cabeça, entrou na viatura e foi embora. Quando entrei no carro novamente, o taxista falou que o polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado para me pegar”, relatou.

Ainda nas postagens na rede social, a atleta continuou contando os detalhes da ação. Segundo afirmou, o taxista teria afirmado ter respondido ao questionamento do policial: “Essa é aquela do judô, peguei no aeroporto”. De pronto, o policial teria rebatido: “Ah, tá! Achei que tinha pego na favela”.

Rafaela lamentou: “Isso tudo no meio da Av Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa”. Ao final, questionou: ‘Esse preconceito vai até aonde?’.

Veja a íntegra das postagens de Rafaela Silva no twitter relatando o ocorrido