Em junho de 2013, o Brasil foi sacudido por manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas de todo o País. E foi no Rio de Janeiro que essas manifestações reuniram mais gente. Foi da necessidade de disputar o conteúdo desse movimento que nasceu o Ocupa Carnaval. A ideia inicial foi usar a arte como um método para essa disputa, trazendo elementos lúdicos, dialogando com o sentimento que vinha das ruas, de um esgotamento de algumas formas tradicionais das passeatas. O grupo entendeu que o carnaval era um bom momento para fazer a discussão sobre a mercantilização da cidade e da vida.
Hoje o Ocupa Carnaval reúne grupos diferentes e procura fortalecer, não só no período de carnaval, todos os movimentos que lutam pelo direito à cidade. São mais de 35 blocos que participam de alguma forma do Ocupa Carnaval. Em 2016, por exemplo, a presença do Ocupa foi marcante nas manifestações contra o golpe que levou Michel Temer à Presidência.
Todos os anos os membros do Ocupa Carnaval se reúnem e atualizam as paródias das marchinhas de carnaval, que contém críticas e demandas dos movimentos sociais do momento. A Abertura Não-oficial do Carnaval, cortejo que reafirma a rua como um espaço livre para se brincar o carnaval, organizada pela Desliga dos Blocos, também conta com a presença e apoio do Ocupa Carnaval.
Neste ano, as paródias das tradicionais marchinhas terão críticas ao prefeito Crivella e também serão um grito contra a censura à arte. O cortejo do Ocupa Carnaval será nesta quinta-feira, 08 de fevereiro, a partir das 18h, com concentração na Cinelândia.
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