Resolução da Conspiração Socialista sobre o direito de Lula ser candidato
Projeto de Lula é de conciliação de classes mas o judiciário não pode barrar sua candidatura
A luta de classe não pode prescindir da realidade.
A Conspiração Socialista entende que os anos de governos petistas no Brasil foram de conciliação de classes, além disso, o PT e Lula também são responsáveis pelo aprofundamento dos ataques aos trabalhadores, retirada de direitos e pelo golpe institucional sofrido pelo governo Dilma, cujo alvo final é a própria classe trabalhadora. Porém, não cabe à burguesia, através do poder judiciário manobrar para barrar sua candidatura.
Entendemos que a manobra do judiciário brasileiro que tem como objetivo tirar Lula da disputa eleitoral de 2018, é mais um episódio do golpe parlamentar/judiciário instaurado no país, iniciado com o impeachment de Dilma.
A frágil e restritiva democracia burguesa e suas demais instituições sempre estiveram a serviço dos interesses econômicos do grande capital. O DNA das instituições da democracia burguesa está marcado pela exclusão e perseguição da população pobre e pela proteção dos que detém os meios de produção. Suas ações podem se apresentar de forma perceptíveis ou veladas.
De forma perceptível, basta atentarmos nas seletividades das investigações judiciais, nas CPIs dentro das casas parlamentares e nas sentenças dos tribunais que aprofundam a exploração e opressão contra a classe trabalhadora.Temos, ainda, um avanço significativo da visibilidde da direita conservadora e facista, por meios de grupos e coletivos, como o Endireita SP e o MBL, entre outros, que pregam um discurso de ódio contra a esquerda/comunismo, mas provocam uma confusão junto a população, apresentado todos os seus adversários, inclusive àqueles dos partidos que eles fazem parte como “comunistas” ou “esquerdopatas” . Estes discursos não tem ficado somente no campo do debate político, mas tem se refletido em ações de confronto físico.
De forma mais velada, basta analisarmos a situação da população carcerária, a impunidade ou morosidade frente aos processos contra os agentes da repressão que assassinam cotidianamente a juventude negra e pobre, os indígenas, a não elucidação, proposital, dos crimes/homicídios cometidos contra os LGBTs e as mulheres.
A questão colocada no eventual impedimento de uma candidatura de Lula, não foge a essa análise. Assim como o impeachment de Dilma, significou um avanço dos setores do grande Capital, que tem imposto, junto com o governo golpista, uma agenda acelerada de destruição das conquistas trabalhistas, ampliando a exclusão social e restringindo ainda mais os direitos sociais e individuais, entendemos que barrar a candidatura de Lula aprofundará ainda mais esse avanço dos setores da burguesia, não somente no que tange a disputa eleitoral e a liberdade democrática em si, mas principalmente no fortalecimento de uma agenda conservadora, reacionária que vem ganhando força nos ataques proferidos aos debates sobre o aborto, a questão da homossexualidade, dos direitos humanos, liberdade de ensino (expresso na Escola sem Partido), na criminalização dos movimentos e das organizações dos trabalhadores etc.
A política de conciliação de classes, aplicada pelo petismo no governo, confirma a convicção de que a aliança com burguesia nunca poderá servir para emancipar a classe trabalhadora e que essa política de conciliação tem que ser derrotada pelos próprios trabalhadores/as.
Por isso, defender o direito de Lula ser candidato não significa apoiar o PT e seu programa de colaboração de classe e suas alianças eleitorais com setores da burguesia, mas evitar o fortalecimento e a consolidação de um projeto do capital que visa objetivamente derrotar a classe trabalhadora e os movimentos sociais como um todo.
Conspiração Socialista
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