Em ano eleitoral, Alckmin anuncia reposição para os servidores estaduais muito aquém das reivindicações da categoria

O governo Alckmin (PSDB) anunciou que enviará para à ALESP projeto de lei em que propõe 3,5% de reposição para os servidores e 7% para as professoras e professores da Secretaria da Educação e do Centro Paula Souza; e 4% para a Polícia Militar a partir de 1 de fevereiro. Também informou o aumento do vale-alimentação de R$ 8,00 para R$12,00, apenas para quem recebe abaixo de R$3.770,90, os demais não recebem.

Por Sirlene Maciel, de São Paulo

Com esse anúncio seria plausível que os servidores achassem boa essa proposta, no entanto, sabemos que a maior parte das categorias do estado amargam entre 3 e 6 anos sem reajuste, se calcularmos a inflação nos últimos 4 anos (até março de 2017) o índice é de 32,62% e nesse último ano, apesar dos índices oficiais falarem em inflação entre 3% e 5% , o custo de vida aumentou muito mais, o gás de cozinha aumentou 29,5%, a energia elétrica em outubro teve aumento de 24,3%, conta de água 7,88%, e além disso querem aumentar as passagens de ônibus e metrô em São Paulo.Como vimos, Alckmin não faz nenhum favor e sequer está pagando o que nos deve.

É preciso reajustar os salários e repor as perdas de todos os servidores públicos estaduais, o que não foi feito nos anos anteriores, por isso não dá para ignorar que o governo ficou seu mandato inteiro sem receber as entidades sindicais, sem negociar e agora em ano eleitoral apresenta uma proposta sem conversar com as categorias.

Vimos, por exemplo, que no final do ano a APEOESP ganhou na justiça que os professores da Secretaria da Educação teriam direito a 10,15% e o governo recorreu para não pagar. Ou seja, Alckmin não cumpre sequer a lei.

A valorização dos servidores públicos estaduais não pode ser usada como moeda de troca nas eleições presidenciais, exigimos respeito! Temos que unir força com o conjunto do funcionalismo público estadual, organizar campanhas salariais conjuntas e lutar, pois, é preciso uma política salarial para todos os anos e não apenas as migalhas em ano eleitoral, inclusive o governo Alckmin não cumpre sequer a data base contemplada na legislação vigente.

É importante lembrar que já no início do ano Temer pretende votar a proposta de reforma da previdência que acaba com a aposentadoria e que o grande alvo são os servidores públicos e Alckmin é grande defensor da reforma e aliado de Temer e pretende ser presidente do Brasil com a mesma política de retirada de direitos. Vamos à luta, unificar o funcionalismo público estadual, organizar a greve geral contra as reformas.

* Sirlene Maciel é professora do Centro Paula Souza e da Executiva Nacional da CSP-Conlutas

Imagem: Folha de S Paulo