Ocupação por moradia estudantil completa um mês em Goiás

Estudantes permanecem ocupando prédio da UFG em Catalão (GO)

No dia 20 de novembro, estudantes ocuparam o prédio administrativo da Universidade Federal de Goiás na cidade de Catalão (GO). Eles exigem que a universidade faça uma licitação para iniciar a construção da Casa do Estudante (CEU), cumprindo assim um acordo assinado no ano passado que estabelecia o mês de agosto como prazo para a licitação. O movimento estudantil, que já havia conquistado o terreno para a construção da moradia, reivindica ainda transparência em relação aos recursos do PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil) da universidade.

No dia 06 de dezembro, a Reitoria da UFG enviou um memorando para a direção da Regional Catalão, no qual pede aos estudantes a desocupação imediata do Bloco Administrativo da Regional. No documento, informou que aguardava ainda a anexação da escritura do terreno doado pela Prefeitura e que o edital de licitação deve ser publicado em dezembro. A escritura foi assinada no dia 01 de dezembro, após a ocupação, e os estudantes afirmam que os procedimentos para a licitação poderiam ter sido feitos sem a escritura.

Os estudantes publicaram uma nota, na qual avaliam que “o memorando da Reitoria não nos traz nenhuma resposta concreta (…) e portanto não confiaremos na boa vontade manifestada por meio de notas e públicas e declarações públicas”. E reafirmam a disposição de lutar e resistir. “Vamos permanecer morando aqui e construindo nossa campanha de luta e conscientização sobre o que representa a construção desta Casa em meio a um cenário nacional de crise política e social profundas”.

A ocupação recebeu a solidariedade de várias entidades, partidos e organizações. O PSOL Catalão publicou uma nota na semana seguinte à ocupação, na qual recorda que a luta pela moradia estudantil na UFG é travada há 30 anos e destaca “a importância da luta pela democratização da educação, através do acesso e cumprimento de políticas públicas que garantam a permanência dos/as jovens, principalmente de baixa renda, no ensino público superior, cada vez mais elitizado e excludente graças ao desmonte promovido pelo governo ilegítimo.” Em nota, o Coletivo Quilombo destacou que a juventude negra é o setor mais afetado pela falta de assistência aos estudantes pobres. Diretórios Acadêmicos, Associações Atléticas e o Coletivo (R)Existência Transviada também publicaram declarações de apoio e solidariedade.

Da redação, com informações do Ocupa Catalão.