Pular para o conteúdo
BRASIL

OPINIÃO | Sobre as mobilizações do dia 05 de dezembro e o desafio da unidade

Por Lucas Scaldaferri, de Salvador, BA

O tempo que vivemos nos cobra unidade para mobilizar contra a agenda de retrocessos implementada pelo governo golpista. Nada é mais importante do que unirmos forças para colocar os trabalhadores e o povo em movimento.

Do lado de lá, está tudo mobilizado para aprovar a reforma da previdência. Toda a mídia está numa ofensiva para convencer a população de que a Previdência Social está a beira do colapso. Os partidos representantes do capital estão fechando questão a favor, num bloco muito parecido com a farsa da votação que resultou no golpe parlamentar.

Não sejamos ingênuos, o capital financeiro e a burguesia brasileira vão colocar novas malas de dinheiro para comprar votos pelos seus interesses. O governo chantageia prefeitos e governadores para pressionar deputados federais e assim liberar verbas para as situações caóticas dos Municípios e Estados.

Estamos por nossa própria conta. Aos trabalhadores, em primeiro lugar, é preciso ter esperança que podemos vencer! E para a vitória precisamos acreditar nas nossas próprias forças. Mas afirmar isso não significa que não devemos contar com as direções tradicionais do movimento, ao contrário.

É por isso que a CUT deve convocar um novo dia de luta! Temos que falar as coisas como são: nossa luta não será vitoriosas sem a CUT.

Vi muita gente falando em desobediência civil e rebelião de base, muitas dessas pessoas são gente honesta que de fato estão preocupadas com a situação da perda de direitos que estamos sofrendo. Entretanto é obrigação da militância socialista dizer as coisas como são.

Nesse momento, sem as direções tradicionais das centrais, não é possível greve geral e nem mobilizações de massa que crie o impacto que precisamos para impedir a destruição da previdência. A CUT é a maior central do país e é claramente de oposição ao governo golpista de plantão.

Por outro lado a Força Sindical também precisa se posicionar. Não podemos simplesmente acreditar que a Força seja a mesma coisa do imoral deputado Paulinho do famigerado Solidariedade. É preciso explorar toda a contradição dentro da central e trazer para o nosso lado os sindicalistas da Força que estejam contra a reforma da previdência, mesmo que sigam apoiando o governo golpista.

Quase todas as forças políticas e sociais acreditam que foi um erro desmarcar a greve nacional do dia 05 de dezembro.

Não acredito que mesmo que tivesse sido mantido teríamos uma greve geral, pois não existia preparação prévia para uma ação deste tipo. Também não acho que toda ação leva o movimento para frente. Mas, uma coisa é certa, o recuo da greve nacional criou confusão, desmobilizou e dividiu o nosso campo.

A única maneira de reverter esta situação é uma grande unidade de ação contra a reforma. É hora das maiores organizações políticas, sindicais e sociais colocarem todo seu arsenal de mobilização e comunicação para um forte dia de greves, mobilizações, atos de rua para impedir a reforma da previdência.

É preciso nos próximos dias um forte processo de convencimento nos locais de trabalho. Demonstrando para os trabalhadores que estamos unidos e apostando todas as nossas fichas na luta! Só dessa maneira os trabalhadores poderão ter esperança e disposição. Essa é a importância da unidade.