As direções das centrais sindicais, à exceção da CSP-Conlutas e da Intersindical, decidiram suspender a greve nacional marcada para terça-feira (5). Em nota divulgada nesta sexta-feira (01), os presidentes da CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB desmarcaram a paralisação “após o cancelamento da votação da Reforma da Previdência no dia 6”.
O cancelamento da greve ocorre justamente no momento em que Temer enfrenta enormes dificuldades para aprovar a Reforma da Previdência. Na quinta-feira (30), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que o governo ainda está longe de atingir o número necessário de votos para aprovar as mudanças. A enquete feita pela Folha de S. Paulo, divulgada hoje, apurou que o governo não tem os 308 votos favoráveis necessários para aprovar a reforma. Segundo o levantamento do jornal, pelo menos 213 deputados votariam contra a proposta.
Cúpula das centrais joga contra a classe trabalhadora
A construção desse dia de paralisações e manifestações vinha numa crescente em todo o país. Os presidentes das centrais, à revelia da vontade dos trabalhadores, cancelaram um dia unificado de lutas sem consultar as bases e os sindicatos.
Se o governo pretende adiar a votação por conta das dificuldades que encontra para aprovar a Reforma, por que não aproveitar esse momento para enterrar de vez a proposta? Por que dar mais tempo para Temer articular apoio à medida?
Na verdade, a cúpula das centrais prefere negociar às escondidas com o governo. Paulinho da Força, por exemplo, pretende trocar os direitos dos trabalhadores pela volta do imposto sindical. É possível que uma negociação sobre esta questão esteja por detrás do recuo das centrais. A CUT, por sua vez, prioriza os interesses eleitorais do PT e não a mobilização direta dos trabalhadores.
Exigir das centrais a manutenção da greve nacional e manter a mobilização dia 05
É preciso que os sindicatos, as organizações do movimento social e todos os lutadores exijam das centrais que mantenham a convocação da greve nacional. É hora de mostrar a máxima indignação com essa manobra burocrática que apenas beneficia o governo e os grandes empresários.
Acreditamos que é necessário manter as paralisações e manifestações de rua onde os movimentos e sindicatos avaliarem que é possível. Vamos construir pela base a mobilização contra a Reforma da Previdência e demais ataques à nossa classe, com todos setores dispostos a não recuar da luta. Num contexto de duros golpes contra os trabalhadores, como a Reforma Trabalhista, Lei da Terceirização, privatizações, corte de gastos sociais, entre outros, é preciso fortalecer a resistência.
A cúpula das centrais não fala em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras!
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