Por: Ademar Lourenço, da Redação de Brasília, DF
Desde o dia 9 de novembro, os metroviários de Brasília estão em greve pelo cumprimento do acordo firmado pelo governo em 2015. Nesta quinta (23), o sistema voltou a funcionar parcialmente depois de cinco dias totalmente fechado.
A volta de 75% dos trens que operam em horário de pico e 30% nos outros horários foi uma determinação da Justiça após negociação com o sindicato. “Fomos nós que buscamos um acordo para os trens voltarem a funcionar”, explica Renata Campos, diretora de comunicação do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal.
Segundo a sindicalista, a decisão anterior da Justiça era de que 90% dos trens funcionassem em horário de pico. “A determinação ainda era em cima do total de trens e não de trens funcionando, aí o funcionamento teria que ser até maior que o normal e a greve seria inviável”, explica Renata.
A decisão de não fazer os trens funcionarem foi do governo e não do sindicato. Após um incidente causado por um funcionário que ocupava cargo comissionado e foi parar na operação devido à greve, a direção da empresa decidiu fechar o sistema mesmo com metroviários se apresentando para trabalhar.
“É o governo que coloca o usuário em risco e evita o metrô de funcionar. Nós queremos negociar” diz a representante do Sindicato dos Metroviários. Ela ainda reclama de parte da mídia, que age para colocar toda a culpa nos trabalhadores.
Acordo de 2015
A reivindicação é que a empresa cumpra o acordo firmado em 2015, que previa reposição salarial e a contratação de novos funcionários. “Não queremos um novo acordo apenas o cumprimento do antigo”, explica Renata Campos, do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal.
O governo, mesmo tendo assinado o acordo, se recusa a cumprir. O motivo é que isso poderia abrir precedentes para aumentos em outras categorias.
Para o sindicato, isso não faz sentido, pois se trata apenas de uma reposição já acordada há dois anos.
Além disso, há mais de 621 aprovados no último concurso esperando ser chamados. “Hoje o Metrô sofre com a falta de funcionários, em especial na área de segurança. Não temos gente suficiente para evitar assaltos e assédios. Os passageiros são os mais prejudicados”, afirma Renata.
O Metrô do Distrito Federal liga o Plano Piloto, área central da cidade, às cidades-satélites mais populosas, como Taguatinga e Ceilândia. Com o funcionamento comprometido, as pessoas acabam tendo que andar de carro e ônibus, o que afeta o trânsito da cidade
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