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BRASIL

Cúpula do PMDB no Rio tem prisão decretada: ‘é urgente convocação de novas eleições’, exige nota do MAIS e NOS

16/11/2017- Rio de Janeiro – Os deputados estaduais Jorge Picciani (na foto), Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, se entregam à Polícia Federal (PF) após terem prisão decretada Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Da Redação

Diante da crise instaurada no Rio de Janeiro após ter sido decretada por unanimidade pelo Tribunal Regional Federal a prisão dos membros da cúpula do PMDB no Rio de Janeiro Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, o Movimento Por uma Alternativa Socialista (MAIS) e a Nova Organização Socialista (NOS) lançaram uma nota exigindo a convocação imediata de novas eleições para o governo e para a Alerj. Confia a íntegra, abaixo:

Eleições Já! Para o governo e para a ALERJ! Por um programa socialista para o Rio de Janeiro!

Nesta quinta-feira, 16 de novembro, um ano após a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, a população do Rio de Janeiro recebeu a notícia de que o presidente da Assembleia Legislativa (ALERJ), Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi tiveram prisão decretada após condenação unânime em segunda instância. Neste momento, com a exceção do ainda governador Luiz Fernando Pezão, a Cúpula do PMDB do Estado do Rio está na prisão, após dez anos de governo.

Nesta década, o PMDB governou de modo a acentuar as diferenças sociais no estado, fazendo do dinheiro público uma alavanca para ganhos privados, através de enormes isenções fiscais e contratos fraudulentos com concessionárias de transportes e empreiteiras, as principais beneficiadas dos gigantescos gastos dos mega-eventos. Enquanto isso, a população pobre teve como principal presença do Estado a política de segurança pública exterminista, que oprime e vitima em especial a juventude negra e favelada.

Hoje, o PMDB busca solucionar a profunda crise que ajudou a gestar com profundos ataques ao funcionalismo e aos serviços públicos fundamentais, com cortes, parcelamentos e atrasos sistemáticos de salários, demissões de terceirizados, aumento na contribuição previdenciária, a privatização da CEDAE e a ameaça de fechamento da UERJ, UENF e UEZO. Serve como ponta de lança no programa de ajuste fiscal nos estados promovido pelo governo Temer.

A crise no Rio de Janeiro, entretanto, só se aprofunda, com um governo já totalmente desprovido de legitimidade, em meio a escândalos de corrupção que se estendem aos três poderes. A única saída positiva para esta situação é unificar e intensificar a mobilização  dos que  lutam  pelo direito de todos/as a serviços públicos de qualidade e contra a privatização das empresas públicas, exigindo o fim imediato deste governo apodrecido e de sua base de sustentação na ALERJ com a convocação de eleições gerais. É necessário que os partidos e movimentos sociais se mobilizem para este fim, a começar pelo ato de hoje, em frente à ALERJ.

Uma alternativa política deve se apresentar frontalmente contra o conjunto dos ataques que o PMDB do Rio hoje conduz e opor a este um programa de preservação e expansão de direitos e serviços públicos fundamentais. Somente a esquerda socialista, que se se manteve durante a última década na oposição intransigente aos governos Cabral, Paes e Pezão, tem condições e credibilidade de apresentar este programa, enquanto partidos como PT e PCdoB fizeram da população do Rio de Janeiro moeda de troca de alianças políticas. Em especial, cabe ao PSOL, por sua influência no estado, protagonizar este processo e tomar a tarefa de construir com os movimentos sociais combativos e demais organizações socialistas um programa socialista para o Rio de Janeiro.

16/11/2017- Rio de Janeiro – Os deputados estaduais Jorge Picciani (na foto), Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, se entregam à Polícia Federal (PF) após terem prisão decretada Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil