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MOVIMENTO

Após greve de 32 dias, metalúrgicos da Chery barram Reforma Trabalhista na fábrica

Da Redação de São José dos Campos, SP

Os metalúrgicos da montadora Chery, em Jacareí, encerraram, nesta segunda-feira (30), uma greve histórica de 32 dias contra a aplicação da Reforma Trabalhista na fábrica. Até agora, esta foi a mais longa greve no país contra o ataque aos direitos previsto na reforma, um exemplo a ser seguido por todos os trabalhadores.

Com a mobilização, os metalúrgicos barraram os planos da empresa de acabar com o direito de estabilidade para trabalhadores lesionados e liberar da terceirização em toda a fábrica. Além disso, também terão reajuste salarial de 1,73% e garantia de estabilidade no emprego por 60 dias.

A greve foi exemplo de resistência e organização. Mesmo com os salários cortados desde o dia 13, em represália à mobilização, os metalúrgicos mantiveram o enfrentamento com a empresa.

Em um esforço para manter o movimento, eles organizaram um fundo de greve junto a sindicatos e cobraram da Câmara e da Prefeitura Municipal de Jacareí um posicionamento contrário à atitude empresa, que feriu o direito de greve.

Os cipeiros foram parte fundamental da mobilização desde o início, garantindo os piquetes na porta da fábrica e mantendo os trabalhadores unidos na luta.

Histórico de resistência

A montadora chinesa Chery se recusa a reconhecer os direitos trabalhistas praticados no Brasil desde 2014, quando instalou sua primeira fábrica no país, em Jacareí. Logo no primeiro ano de funcionamento, uma greve de um mês forçou a empresa a assinar o acordo coletivo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, garantindo, assim, os direitos dos trabalhadores.

Em 2016, uma nova greve garantiu a desterceirização do setor de manuseio e uma cláusula no acordo coletivo impedindo a terceirização na fábrica.

Fortalecida pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) e pela aprovação da Reforma Trabalhista, a empresa voltou a ameaçar os direitos. Diante da forte unidade entre empresários, governo e Judiciário e da situação defensiva imposta à classe trabalhadora, a greve foi até seu limite e conquistou o acordo possível.

Por ora, a mobilização barrou os planos da Chery de retirar direitos. Só uma grande unidade entre os trabalhadores de todo país poderá fortalecer a luta contra a aplicação da Reforma Trabalhista e de outros ataques do governo Temer.
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